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Delegado aposentado que atuou no caso da pousada Paraíso Perdido é exonerado da direção do Conjunto Penal de Valença

Foto: Reprodução / TV Bahia

Fora do quadro da Polícia Civil da Bahia desde maio de 2022, quando foi publicada sua aposentadoria do cargo de delegado, Rafael Godinho Magalhães foi exonerado do posto de diretor do Conjunto Penal de Valença, no Baixo Sul do Estado.

 

O ato foi assinado pelo governador Jerônimo Rodrigues (PT) nesta sexta-feira (28). Para seu lugar o escolhido foi Roberto Luis Franco Leone Filho, que atuava como agente penitenciário com passagem pela Penitenciária Lemos Brito.

 

A passagem do ex-delegado pela estrutura da Secretaria de Administração Penitenciária e Ressocialização (Seap) foi curta: ficou menos de três meses no cargo, já que foi nomeado em 6 de abril deste ano. À época, ele substituiu o PM Gilbert Sarmento Santos.

 

Antes de atuar como diretor do Conjunto Penal de Valença, Rafael Magalhães já conhecia o município. Ele trabalhou na Delegacia Territorial da cidade antes de pedir remoção para a DT de Jaguaripe, unidade onde se aposentou.

 

Foi em Jaguaripe, inclusive, que o ex-delegado ficou responsável pela investigação de um crime que ganhou ampla repercussão em todo o Brasil: o caso da Pousada Paraíso Perdido. Em 2022, Leandro Troesch, dono da pousada, foi encontrado morto dentro de um dos quartos do estabelecimento, com marca de disparo de arma de fogo na cabeça.

 

O então delegado contestou laudo e reafirmou indicação de homicídio no caso. Durante entrevista ao BN naquele ano, Magalhães declarou que desconhece o laudo cadavérico atribuído ao médico legista que participou da necropsia do corpo do proprietário da Pousada Paraíso Perdido.

 

Neste laudo haveria a indicação de que Léo Troesch teria tirado a própria vida. O delegado contestou a hipótese, baseado no laudo pericial, que é mais abrangente que o cadavérico que se reporta apenas ao corpo, enquanto o pericial leva em consideração também provas coletadas na cena do crime.

 

A aposentadoria de Rafael Magalhães foi publicada durante o curso da investigação do caso. Antes do ato, em abril de 2022, ele chegou a ser removido da Delegacia de Jaguaripe, com transferência para a cidade de Santo Antônio de Jesus. A portaria, contudo, foi revogada no dia seguinte e ele seguiu no comando das investigações.

 

“Considerando a necessidade de conclusão das investigações sobre as mortes de Leandro Troesch e Marcel Vieira, a remoção do delegado Rafael Godinho Magalhães, titular da Delegacia Territorial de Jaguaripe, foi revista, sendo tornada sem efeito”, disse a Polícia Civil em nota enviada à época.