Há 30 anos, em 1º de julho de 1994, o real era colocado em circulação. Este marco representou a fase final do Plano Real, um ambicioso projeto econômico que visava controlar a hiperinflação e estabilizar a economia do país. Naquele momento, o Brasil já havia passado por oito diferentes moedas ao longo de sua história, segundo o G1.
No início dos anos 90, o Brasil enfrentava uma crise inflacionária extrema. Em 1992, durante o governo de Itamar Franco, a inflação anual superava 2.000%, tornando a vida cotidiana uma luta constante contra os preços em disparada. Era comum que produtos básicos tivessem seus preços reajustados diariamente, às vezes até mais de uma vez ao dia.
O Plano Real foi lançado em três etapas distintas, começando em maio de 1993, quando Fernando Henrique Cardoso assumiu o Ministério da Fazenda. Ele foi o quarto ministro a ocupar o cargo em um período de apenas sete meses do governo Itamar Franco. A primeira fase envolveu o ajuste fiscal e a reforma econômica, preparando o terreno para a estabilização. Em seguida, em março de 1994, foi introduzida a Unidade Real de Valor (URV), uma moeda virtual que serviu como âncora para a transição ao real.
Com a introdução do real, a inflação no Brasil foi drasticamente reduzida, e a economia começou a se estabilizar. Desde então, a moeda brasileira passou por uma desvalorização acumulada de 708% ao longo desses 30 anos. Isso significa que um real em 1994 teria o poder de compra de aproximadamente 12 centavos hoje. Apesar dessa desvalorização, o impacto positivo do Plano Real foi significativo, proporcionando uma vida melhor e mais previsível para milhões de brasileiros.
O sucesso do Plano Real não se limitou apenas à estabilização econômica. Ele permitiu que o país criasse um ambiente econômico mais previsível e confiável, o que fomentou o crescimento e o desenvolvimento ao longo das décadas seguintes. A estabilidade da moeda abriu portas para uma maior inclusão econômica, permitindo que mais brasileiros tivessem acesso a bens e serviços essenciais.