Uma paciente de 49 anos, natural de São Felipe, recebeu um novo coração no Hospital Ana Nery, em Salvador, na quarta-feira (4). O procedimento foi realizado graças à doação de um paciente de 29 anos, vítima de traumatismo cranioencefálico (TCE), que estava internado no Hospital Clériston Andrade, em Feira de Santana.
O transporte do órgão doado foi escoltado pela Polícia Rodoviária Federal (PRF) para chegar a tempo de ser transplantado. O procedimento de captação precisa ser realizado em até quatro horas, tempo máximo que o coração pode ficar armazenado.
A cirurgia durou cerca de cinco horas e foi um sucesso. A paciente passa bem.
A secretária da Saúde da Bahia, Roberta Santana, comemorou a retomada do transplante cardíaco no estado. “Hoje é um dia de muita alegria para todos nós. Através de uma família que se dispôs a doar, conseguimos salvar uma vida. Estamos muito felizes com a retomada do transplante cardíaco e com a possibilidade de garantir a realização do procedimento no próprio estado”, disse.
A paciente transplantada estava acompanhada pelo Ambulatório de Insuficiência Cardíaca do Ana Nery, onde realizou uma série de exames para se tornar apta para a cirurgia.
O Governo da Bahia investiu mais de R$ 9,2 milhões em incentivo financeiro para instituições filantrópicas e privadas que realizam transplantes no estado. Também foram realizadas campanhas de sensibilização da sociedade e treinamentos para a preparação de profissionais de saúde.
O Hospital Ana Nery, referência em cardiologia no estado, já estava preparado para a retomada do serviço desde setembro. Uma equipe multidisciplinar com 15 profissionais de saúde especializados em transplante são responsáveis por conduzir os procedimentos.
Dados do Sistema Estadual de Transplantes mostram que, até agosto de 2023, a Bahia realizou 701 transplantes, sendo 27 de fígado, 210 de rim, 362 de córnea e outros 102 de medula óssea. Atualmente, o estado realiza cinco tipos de procedimentos: coração, córnea, rim, fígado e medula.
Mesmo durante o período em que a Bahia ficou sem realizar o transplante cardíaco, a população continuou sendo assistida e tendo o procedimento assegurado através do Tratamento Fora do Domicílio (TFD).
O TFD é realizado para qualquer situação de saúde em que o estado não tem aquele tratamento. Nesse caso, os pacientes são encaminhados para outros estados, como Pernambuco, São Paulo, Ceará e Brasília. O estado de origem custeia o transporte e a hospedagem dos pacientes.