Bahia na Web

Empresa de advogada e ex-BBB Adélia Soares usava CPFs falsos para ajudar grupo chinês a operar jogos ilegais no Brasil

As advogadas Adélia Soares e Deolane Bezerra. • Reprodução/Redes sociais

A advogada e ex-BBB Adélia Soares, uma das representantes da influenciadora digital Deolane Bezerra, está sendo investigada pela Polícia Civil do Distrito Federal sob suspeita de abrir uma empresa para que um grupo chinês operasse jogos ilegais no Brasil.

 

De acordo com documento da Junta Comercial de São Paulo, que foi obtido pelo Fantástico, Adélia é a administradora e representante legal da empresa Playflow, com sede na cidade de Suzano, Região Metropolitana de São Paulo.

 

A investigação começou no Distrito Federal após um funcionário da limpeza de uma delegacia da Polícia Civil ter sido vítima de um golpe. A vítima teve R$ 1.800 transferido para uma conta bancária da empresa Playflow e fez uma denúncia.

 

Nas investigações, a Polícia descobriu que a Playflow tem sociedade com a empresa Peach Blossom que, segundo o documento, fica nas Ilhas Virgens Britânicas.

 

No Brasil, o Fantástico não encontrou ninguém relacionada à empresa. De acordo com o delegado do caso, Adélia Soares usou documentação falsa para abrir a empresa.

 

“Para uma empresa estrangeira funcionar no Brasil há uma série de regulamentações. O contrato precisa ser traduzido por tradutor juramentado, apostilamento da Haia, nada disso foi feito. É uma empresa ideologicamente falsa”, diz o delegado Érick Sallum.

 

A reportagem ainda detalhou como funcionava o esquema da empresa registrada no nome de Adélia:

 

  • O apostador entrava na internet e procurava um site de aposta.
  • Para jogar, ele fazia o pagamento via pix.
  • A Playflow recebia essa transferência e enviava os valores para uma instituição de pagamento.
  • Depois, o grupo criminoso pegava este dinheiro e mandava para uma casa de câmbio, que enviava os valores para fora do país.
  • Só que para isso, eles precisavam de CPFs de brasileiros, e usavam dados de pessoas que já morreram, de crianças e até nomes de pessoas que nem sequer existem.

 

Segundo as investigações, foram detectados mais 546 CPFs falsos.

 

Adélia alegou ao Fantástico ter sido vítima de um golpe. “As acusações feitas contra ela são infundadas e que sofreu um golpe praticado por terceiros, que utilizaram o nome dela de forma indevida e criminosa. E que ela está plenamente ciente dos fatos mencionados e já tomou todas as providências legais cabíveis”.