O deputado estadual e presidente da Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) da Assembleia Legislativa da Bahia (AL-BA), Robinson Almeida (PT), realizou um balanço do desempenho da base de Jerônimo Rodrigues (PT) nas eleições deste ano. Em entrevista ao Bahia Notícias, ele ressaltou a vitória em Camaçari, mas indicou o modelo de Federação “não foi favorável” ao PT.
“Pelo o que eu ouço dentro do PT, esse modelo da Federação não foi favorável ao PT na disputa eleitoral agora de 2024. Pego o exemplo aqui de Salvador, onde por força da Federação, por força desse arranjo, desse formato nos municípios, foi eleito um vereador ligado a base de Bruno Reis por estar filiado ao PV. Então veja, a Federação impôs uma contradição, não havia nenhuma afinidade política do vereador com a Federação em relação aos candidatos, mas ele foi eleito com os votos do PT e do PCdoB em Salvador”, disse Robinson.
Falando ainda sobre o desempenho nas eleições, o deputado avaliou que a base do governador errou na escolha por Geraldo Jr. (MDB) como candidato à prefeitura de Salvador. Robinson defendeu que fosse escolhido um nome de “esquerda” e afirmou que a preferência pelo emedebista “não criou identidade” com o espectro político esquerdista.
Vale lembrar que o próprio deputado chegou a ter sua pré-candidatura lançada pelo PT, mas, após discussões dentro da base de Jerônimo, ficou definido a designação por Geraldo Jr. na disputa pela capital baiana.
“Eu creio que a opção correta era ter uma candidatura de esquerda, que poderia ser a minha pelo PT, Lídice pelo PSB, ou Olívia pelo PCdoB, que eram alternativas colocadas para opções dos partidos da base do governo. Houve uma confluência, uma leitura que se tornou majoritária, que o melhor seria a escolha do vice-governador Geraldo Júnior, do MDB, para representar a candidatura do grupo. Na eleição isso não deu liga, a população, principalmente essa base, não criou uma identidade com a candidatura e boa parte da votação da esquerda migrou para a candidatura do Psol”, avaliou Robinson Almeida.
Durante a entrevista ao Bahia Notícias, o deputado falou também sobre as atividades na Assembleia, entre elas, a audiência pública para avaliar a renovação da concessão da Coelba. O parlamentar citou que há uma cláusula no contrato em que, faltando três anos para o fim do acordo, a Neoenergia poderia solicitar a renovação automática por mais 30 anos. Segundo Robinson, os parlamentares da Bahia irão elaborar um documento e enviar aos Ministério de Minas e Energia para impedir que a cláusula seja acionada.
“O contrato tem uma cláusula muito benevolente. Foi feito para muitos anos atrás e tá lá no seu artigo 3º, se não me falha a memória, é dito que eh faltando três anos para o fim da concessão, a Coelba pode pedir a renovação por mais trinta anos do contrato. E caso o Ministério de Minas e Energia e a Aneel, não se manifestem, o contrato é automaticamente renovado. Então nós estamos nos contrapondo a essa hipótese porque considero ela absurda de uma renovação automática do contrato da Coelba, depois de passar pelo que nós passamos aqui na Bahia”, falou Robinson.
Confira a entrevista completa: