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Vereador de Nazaré está entre os 16 soltos após decisão judicial na Operação Overclean

Foto: reprodução

O vereador de Nazaré, Ailton Figueiredo Souza Júnior (PSDB), está entre os 16 presos liberados pela Justiça após decisão liminar da desembargadora Daniele Maranhão, do Tribunal Regional Federal da 1ª Região (TRF-1). A soltura foi determinada na última quinta-feira (19), menos de dez dias após a deflagração da Operação Overclean, que investiga desvios de recursos de emendas parlamentares em convênios entre prefeituras e o Departamento Nacional de Obras Contra as Secas (DNOCS).

A operação, realizada no dia 10 de dezembro, resultou na prisão de 15 pessoas inicialmente, com um 16º alvo sendo capturado três dias depois. Agora, apenas um investigado, Itallo Moreira de Almeida, permanece foragido. Além do vereador de Nazaré, também foram soltos outros nomes de destaque, como Lucas Lobão, ex-coordenador estadual do DNOCS, e o empresário Marcos Moura, conhecido como “Rei do Lixo”.

Os 16 presos liberados:

• Lucas Lobão:ex-coordenador do DNOCS na Bahia

• Alex Rezende Parente e Fábio Rezende Parente:empresários

• José Marcos de Moura:empresário, conhecido como Rei do Lixo

• Francisco Manoel do Nascimento Neto:vereador de Campo Formoso

• Ailton Figueiredo Souza Júnior:vereador de Nazaré

• E outros 10 envolvidos, incluindo servidores públicos e empresários.

Esquema milionário

As investigações apontam que o esquema criminoso era centrado na empresa Allpha Pavimentações e Serviços de Construções Ltda, que firmava contratos fraudulentos com o DNOCS por meio de pregões eletrônicos. Lucas Lobão, ex-coordenador do órgão, teria facilitado a aprovação de contratos e, mesmo após sua exoneração, continuou atuando nos bastidores em prol da empresa.

Mensagens obtidas pela Polícia Federal revelaram que Lobão integrava o grupo de WhatsApp “Allpha Direção”, onde discutia estratégias da empresa junto com outros envolvidos.

Segundo a PF, a organização criminosa movimentou aproximadamente R$ 1,4 bilhão, sendo R$ 825 milhões em contratos com órgãos públicos apenas neste ano. Além disso, o esquema lavava dinheiro usando contas de laranjas, fracionamento de valores e empresas de fachada, como peixarias e supermercados.

Foram sequestrados bens avaliados em R$ 162,4 milhões, incluindo aeronaves, imóveis de luxo, barcos e veículos. A Operação Overclean segue em andamento, com a Polícia Federal aprofundando as investigações sobre os desvios e outros possíveis envolvidos.

Reprodução/ TV Bahia