O tenente-coronel Mauro Cid, ex-ajudante de ordens da Presidência da República, declarou, em seu acordo de delação premiada, que partiu do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) a ordem para confeccionar certificados falsos de vacinas da covid-19.
Segundo informações do UOL, em um dos depoimentos prestados por Cid à Polícia Federal, o tenente-coronel teria admitido sua participação em fraudes nos certificados de vacina inseridos no sistema do Ministério de Saúde e também vinculou Bolsonaro diretamente ao esquema.
O advogado e ex-secretário de Comunicação Fábio Wajngarten negou a acusação: “Eu garanto que o presidente nunca pediu nem para ele, nem para a filha dele. Até porque o mundo inteiro conhece a posição dele sobre as vacinas, e o visto dele, como presidente da República, não necessitava de comprovante de vacina. A filha menor de idade também não tinha necessidade, razão pela qual não fez qualquer pedido ao tenente-coronel Mauro Cid sobre os certificados”, afirmou.
A declaração vai de encontro com a versão que o ex-presidente apresentou à Polícia Federal, que declarou que não conhecia, nem orientou fraudes em cartão de vacinação para seu uso ou de familiares.
A investigação sobre os certificados falsos de vacina é uma das mais avançadas na Polícia Federal envolvendo o ex-presidente da República. A apuração teve início com a descoberta de diálogos no telefone celular de Mauro Cid que mostravam como o tenente-coronel acionou diversos contatos para solicitar a inserção dos dados falsos de vacina. O objetivo da manobra seria burlar as exigências de comprovação da vacinação para entrada em países estrangeiros. BN