O nascimento do pequeno Natan, filho de Márcia — uma mulher em situação de rua — trouxe à tona a urgência de políticas públicas de acolhimento para mães vulneráveis em Santo Antônio de Jesus. A criança nasceu na quinta-feira (11), no Hospital e Maternidade Luiz Argolo, após a gestante ser socorrida por uma moradora local que a encontrou em trabalho de parto nas proximidades da Secretaria de Educação.
Márcia, que vive nas ruas do município há algum tempo, foi levada para a unidade de saúde por uma mulher identificada como Jeane. A voluntária percebeu os sinais de contrações fortes por volta das 5h da manhã e acionou o Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (SAMU), que a conduziu até a maternidade.
Segundo Ana da Sopa, conhecida por ações sociais na cidade, o parto foi cesáreo e tanto mãe quanto bebê passam bem. “O bebê nasceu com mais de 3 quilos, é saudável, e Márcia está se recuperando bem. Agora, nosso maior desafio é encontrar um local seguro e digno para eles ficarem após a alta hospitalar”, explicou.
O caso gerou comoção entre grupos de moradores e em redes sociais. Campanhas de arrecadação de roupas, fraldas e itens de higiene já estão em andamento. Ana da Sopa destacou que recebeu doações nas últimas horas, mas reforça o apelo por apoio do poder público. “Estamos pedindo à assistência social, ao Ministério Público e à Defensoria Pública que intervenham. Essa mãe não pode voltar para a rua com um recém-nascido nos braços”, disse.
Márcia tem histórico de passagem por outras cidades, como Alagoinhas e Itabuna, onde também viveu em situação de rua. Agora, a expectativa é de que o município de Santo Antônio de Jesus, junto aos órgãos competentes, ofereça a ela e ao filho um abrigo provisório com condições mínimas de dignidade.
A previsão é que a alta médica ocorra até sábado (12). Caso não haja um local de acolhimento definido até lá, a mãe e o bebê correm o risco de voltar às ruas. Doações podem ser feitas diretamente com Ana da Sopa, pelo telefone (75) 99832-2288, ou através da Rádio Andaiá, que acompanha o caso desde o início.
O apelo se estende a toda a comunidade: qualquer ajuda é bem-vinda nesse momento decisivo para garantir a segurança e o bem-estar de Márcia e do recém-nascido.
