
Uma prática sexual de risco que vinha ocorrendo em festas privadas e bailes funk ganhou repercussão nacional após o relato de uma adolescente de 13 anos que engravidou durante o chamado “desafio da roleta-russa do sexo”. A jovem afirmou não saber quem é o pai do bebê, devido ao número de participantes envolvidos no ato. O caso foi revelado pela professora Andrea Vermont em entrevista ao podcast “3 Irmãos” e gerou ampla comoção nas redes sociais.
Segundo a descrição, o “jogo” geralmente ocorre sem qualquer supervisão adulta. Nele, adolescentes do sexo masculino se posicionam em cadeiras com o órgão genital ereto, enquanto as meninas se revezam sentando sobre eles, em um tipo de “brincadeira” sexual em grupo. A prática, considerada extremamente arriscada, é realizada sem preservativos, elevando os riscos de gravidez indesejada e transmissão de Infecções Sexualmente Transmissíveis (ISTs).
“É mais uma brincadeira irresponsável dos jovens na atualidade. Desconheço situação aqui na Bahia, mas a gente precisa fortalecer a educação, ter conversa em casa”, alertou o ex-diretor da Infância, Adolescência e Juventude da Secretaria Municipal de Políticas para Mulheres, Infância e Juventude (SPMJ), Euvaldo Jorge.
Especialistas comparam o fenômeno a outros desafios virais que colocaram em risco a saúde de adolescentes, como a Baleia Azul e o desafio do desodorante. Agora, com a “roleta-russa do sexo”, a preocupação aumenta pelo teor explícito, a exposição física e emocional e o envolvimento de menores de idade.
A ginecologista Sheila Sedicias ainda enumera outros problemas. São eles: infecção urinária, infecção na boca, ânus, seios ou mãos, agravamento de doenças prévias ou feridas no pênis ou na vagina. Neste caso, é importante procurar um especialista para tratamento dos sintomas.
Já a ex-presidente da Associação de Obstetrícia e Ginecologia da Bahia (Sogiba), Márcia Machado, ressalta que os adolescentes têm tendência a descobertas sexuais por conta do período de mudanças hormonais e, consequentemente, ser nessa fase a iniciação sexual, mas não há como apoiar nenhum tipo de comportamento sexual de risco ainda mais tratando-se de menores de idade.
“Ainda temos riscos sociais, como atraso escolar ou evasão, riscos emocionais e mentais, visto que [no caso citado no início da matéria] a jovem poderá sofrer constrangimentos ao frequentar meio social durante a gestação. Também poderá sofrer de depressao pós-parto, o que acarretará maiores danos”, pondera.