A Márcia, moradora em situação de rua, mãe que deu à luz no Hospital e Maternidade Luiz Argolo em Santo Antônio de Jesus, será encaminhada para tratamento psicológico no centro terapêutico Aprisco, com o apoio do pastor Reinaldo. Já o recém-nascido, chamado Natan, foi acolhido pela voluntária Ana Maria, conhecida como Ana da Sopa, que acompanhava a gestante desde o início da gravidez.
Na semana passada, Natan nasceu por volta das 8h30 da manhã, após Márcia ser socorrida por populares enquanto dormia ao relento, próximo à Secretaria de Educação. A cuidadora Ana Maria acolheu essa família e relatou os 8 dias difíceis vividos para o cuidado da criança. “Ela chegou a ser levada ao Aprisco, mas voltou para a rua. Quando entrou em trabalho de parto, foi levada ao hospital por uma mulher chamada Geane. Desde então, temos feito o possível para garantir o cuidado com o bebê”, contou.
Segundo Ana, a equipe da maternidade, juntamente com voluntários, assumiu os cuidados do recém-nascido, já que Márcia apresentava dificuldades para assumir responsabilidades maternas. Ela não levantava da cama para alimentar o filho e chegou a oferecer mingau, o que comprometeu a saúde do bebê. “Passei oito dias praticamente em claro, sem conseguir descansar, cuidando do menino. A gente fazia o que podia para ele sobreviver”, desabafou Ana.
Na segunda-feira (14), Ana procurou o Ministério Público para intervir, uma vez que ela, por enquanto, não possui condições legais de assumir e cuidar de Natan. A decisão foi separar mãe e filho temporariamente: Márcia seguirá para tratamento no Aprisco e o bebê foi acolhido por uma casa de acolhimento vinculada à rede de proteção social da prefeitura.
Mesmo com a separação, a mobilização para apoiar o pequeno Natan continua. Ana da Sopa segue arrecadando doações como banheiras, roupas e fraldas. “Não sabemos qual será o futuro de Natanzinho, mas ele já é uma bênção e está acolhido por todos nós que temos amor ao próximo. Ele não podia ficar com a mãe nas atuais condições”, disse, emocionada.
