Seu Antônio, artesão do distrito de Maragogipinho, município de Aratuípe, é um dos nomes mais tradicionais da Feira de Caxixis, realizada na cidade de Nazaré, no Recôncavo Baiano. Há mais de 30 anos ele marca presença no evento, que é considerado um dos mais antigos e importantes encontros de cultura popular e artesanato do Brasil.
Morador de Maragogipinho, reconhecido pela Unesco como o maior centro produtor de cerâmica artesanal da América Latina, Seu Antônio produz peças com forte influência afro-indígena. Com mãos calejadas e talento passado de geração em geração, ele compartilha com orgulho o processo de criação de suas obras — modeladas com barro, moldadas manualmente e queimadas em fornos artesanais.
“É um trabalho que vem dos nossos antepassados. A gente começa desde cedo mexendo com o barro, aprendendo a moldar, a dar forma e cor. Aqui é tudo feito com o coração”, conta ele.
Para o artesão, a Feira de Caxixis representa muito mais que uma oportunidade de vender: é um espaço de valorização da cultura local, de encontro com outros mestres da arte e de contato direto com o público. “É uma alegria participar todos esses anos. A feira é o momento em que mostramos nossa arte e mantemos viva nossa tradição”, afirma.
A Feira de Caxixis, que acontece há mais de dois séculos, reúne centenas de oleiros e artesãos da região, com destaque para os ceramistas de Maragogipinho. Suas peças, além de utilitárias, carregam história, identidade e memória do Recôncavo Baiano — e atraem visitantes de todo o país.
