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Como e a partir de quando acontece o Conclave, processo para definir novo Papa

Foto: YouTube/ AFP Português

A morte do Papa Francisco aos 88 anos elevou a busca pelo termo conclave, processo de escolha do novo Papa. No X, antigo Twitter, por exemplo, a palavra figura a lista de termos mais falados na plataforma desde a confirmação do falecimento do religioso.

 

A busca tem uma motivação, a curiosidade pelo processo secreto e solene, e a coincidência com o longa de mesmo nome que concorreu ao Oscar neste ano e se tornou uma sensação na internet.

 

 

Atualmente, a Igreja Católica passa pelo período ‘Sé vacante’, quando os católicos ficam sem um papa. O cardeal irlandês Kevin Joseph Farrell, responsável por comunicar a morte de Francisco, assume o posto de camerlengo, que exerce uma função parecida com a de assistente do papa.

 

A Igreja segue alguns passos antes do início do Conclave, com destaque para as cerimônias fúnebres que já acontecem nas primeiras horas desta segunda.

 

14h: missa de sufrágio do papa Francisco. Cerimônia ocorrerá na Basílica de São João de Latrão, em Roma, e será realizada pelo cardeal Baldo Reina.
15h: ritos de constatação da morte e deposição do corpo de Francisco no caixão. A cerimônia ocorrerá na capela privada do papa e será presidida pelo camerlengo Farrell.

 

O conclave, termo em latim que vem do “cum clave”, que significa “com chave”, acontece quando Igreja Católica se vê diante da ausência de um Papa, seja por morte ou renúncia. Neste processo, os cardeais eleitores se reúnem para escolher o novo líder espiritual de mais de 1,3 bilhão de católicos.

 

A escolha do novo líder da Igreja Católica começa entre 15 e 20 dias após a morte do papa. A assembleia de cardeais que, como o próprio nome diz, acontece em um local fechado, longe de influências externas, conta com a participação apenas dos cardeais com menos de 80 anos de idade no dia da Sede Vacante (o período em que a cadeira papal está vaga).

 

 

Desde 1878, a reunião acontece na Capela Sistina, no Vaticano. Durante o processo, os cardeais são alojados na Casa Santa Marta, um edifício próximo, mas só podem circular entre ali e a Capela Sistina, e vivem em total isolamento, sem qualquer contato com o mundo exterior.

 

As votações são feitas em segredo e em cédulas de papel, e para ser eleito, um candidato precisa obter pelo menos dois terços dos votos. As votações acontecem até quatro vezes por dia, até que alguém alcance esse número.

 

Após cada votação, as cédulas são queimadas. Se o Papa ainda não tiver sido escolhido, uma substância química é adicionada à queima, produzindo fumaça preta. Quando o novo pontífice é eleito, as cédulas são queimadas com um composto que gera a icônica fumaça branca.

 

Ao ser escolhido em votação e aceitar o cargo, o religioso é convidado a escolher o nome pelo qual será conhecido como Papa, para depois se apresentar ao público na sacada da Basílica de São Pedro.

 

Parte do processo realizado pela Igreja Católica se tornou tema do longa de mesmo nome, inspirado no livro do autor inglês Robert Harris. A produção, estrelada por Ralph Fiennes teve oito indicações ao Oscar, mas irritou parte da comunidade católica pela reviravolta no final da produção.

 

O respeitado bispo e teólogo americano Robert Barron criticou o filme e pediu aos fieis que corressem “para o mais longe possível” da produção.