Durante a sessão realizada nesta segunda-feira (21), a superintendente da Santa Casa Hospital e Maternidade Luiz Argolo, Ludmila Reis, compareceu à Câmara Municipal de Santo Antônio de Jesus acompanhada de sua equipe para esclarecer as críticas feitas na semana anterior por João Guilherme Bittencourt, esposo da paciente Siméia, que enfrentou complicações após um parto na unidade.
Ludmila iniciou sua fala ressaltando que, mesmo em recuperação de uma cirurgia, fez questão de estar presente para defender a instituição e seus profissionais. “Ali é minha casa. Eu conheço o funcionamento da Santa Casa, do beira-leito à diretoria. Essa paciente foi acompanhada desde o primeiro dia de internação”, afirmou.
Segundo a superintendente, a paciente deu entrada na unidade no dia 8 de março, em meio à superlotação dos leitos do SUS. Por decisão da direção, foi acomodada em um apartamento da ala privada, sem qualquer custo adicional, para garantir conforto e atendimento adequado. Ludmila enfatizou que Siméia teve sua escolha de parto cesariano respeitada, bem como a escolha da médica obstetra que realizou o procedimento. “Ela saiu do centro cirúrgico bem, o bebê também. Tenho mensagens e áudios dela e do esposo agradecendo pelo atendimento”, acrescentou.
A situação começou a se agravar nos dias seguintes, quando a paciente apresentou sintomas compatíveis com íleo paralítico, uma complicação esperada em alguns casos pós-cirúrgicos. Siméia foi então transferida para a UTI da Santa Casa e, posteriormente, encaminhada ao Hospital Regional de Santo Antônio de Jesus para uma laparotomia exploradora, após decisão conjunta da equipe médica. “Foi uma regulação feita por mim, pessoalmente, com o diretor do Regional. Tudo foi conduzido com responsabilidade e em parceria”, explicou Ludmila.
A superintendente também rebateu a acusação de desassistência feita por João na tribuna da Câmara. “Foram mais de sete médicos acompanhando essa paciente. Profissionais como doutor Antônio Carlos, doutor Trigo, doutor Marcos, doutora Jussara. Médicos renomados e comprometidos com a saúde da população”, destacou. Para Ludmila, a fala do denunciante causou estranheza por desconsiderar toda a assistência prestada por uma equipe multidisciplinar e pela própria gestão da unidade.
Ela também questionou a postura de levar a queixa diretamente à tribuna da Câmara, sem antes procurar os canais institucionais da Santa Casa. “Temos ouvidoria, temos contato direto com a população e com os vereadores. Não houve nenhuma ligação, nenhuma solicitação de explicação. A denúncia veio direto para o plenário, com falas alinhadas entre o denunciante e o vereador”, criticou.
Ao final, Ludmila defendeu a reputação da Santa Casa, que, segundo ela, possui atualmente a maior estrutura hospitalar do Recôncavo Baiano, com mais de 200 leitos e uma ampla gama de serviços, incluindo oncologia, cirurgias eletivas, UTI e maternidade. Ela destacou que a instituição possui certificações de qualidade e mantém índices de sucesso acima de 99% nos atendimentos obstétricos.
“Não existe 100% de sucesso na medicina. Infelizmente, intercorrências acontecem. Mas temos um índice de 99,17% de sucesso em nossos partos. Isso mostra que estamos no caminho certo. O que pedimos é respeito. Respeito aos profissionais da Santa Casa, à nossa história e ao esforço diário de cuidar da população”, concluiu.
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