O presidente Lula (PT) afirmou nesta quarta-feira (8) que, às vezes, verbas de emendas parlamentares são jogadas fora e que é necessário concentrar esses recursos em grandes obras.
“Às vezes obra a gente, sabe, joga dinheiro fora… a gente precisa concentrar os esforços para fazer obra de envergadura para cada estado e nós queremos transformar esse país”, disse em evento no Palácio do Planalto para assinatura de ordem de serviço para duplicação da BR-423, em Pernambuco.
A declaração foi dada no dia em que a Folha de S.Paulo revelou que a Polícia Federal apontou que o ministro das Comunicações, Juscelino Filho (União Brasil-MA), estabeleceu uma relação criminosa com o dono de uma empreiteira investigada sob suspeita de desvios em contratos da Codevasf irrigados com dinheiro de emendas parlamentares.
Lula disse que o governo precisa debater com os deputados e senadores os melhores locais para alocar recursos das emendas.
“É importante que na hora de a gente discutir determinadas emendas de parlamentares, que os ministros nossos procurem os parlamentares, mostrem a importância do projeto, mostre o que é importante, porque a gente também não pode fazer emenda, fazendo obra que não interessa a todo mundo”, afirmou.
A suspeita da PF contra o ministro das Comunicações se baseia em conversas obtidas no celular do empresário Eduardo José Barros Costa, conhecido como Eduardo DP, e estão em relatório enviado ao STF (Supremo Tribunal Federal). Na época, Juscelino era deputado federal.
O dono da construtora é apontado como o real proprietário da Construservice, que tem contratos milionários com a Codevasf pagos com emendas parlamentares —ele não aparece como sócio em registros oficiais.
As investigações da PF sobre a atuação da Construservice em contratos da Codevasf ganharam fôlego a partir de reportagens da Folha de S.Paulo publicadas em maio de 2022. BN