A Americanas anunciou nesta segunda-feira (27) que conseguiu de parte de seus credores apoio vinculante para a aprovação do plano de recuperação judicial da companhia, além de crédito deste grupo de R$ 1,5 bilhão.
Bradesco, BTG Pactual, BV (Banco Votorantim), Itaú e Santander assinaram o acordo. Eles detém cerca de 35% da dívida da varejista, que precisa do apoio da maioria simples dos seus credores para aprovar o plano de RJ. Banco do Brasil e Safra completam a lista de maiores credores da companhia.
Segundo a Americanas, há outros interessados em diálogo com a empresa, o que pode elevar o apoio de maneira vinculante para mais de 50%.
A assembleia de credores da Americanas para aprovação do plano de recuperação judicial está marcada para 19 de dezembro. O plano inclui o aumento de capital da companhia via emissões de novas ações. Serão R$ 12 bilhões para os acionistas controladores (3G Capital) e até R$ 12 bilhões para os bancos, totalizando uma injeção de R$ 24 bilhões na companhia.
A empresa afirmou que os credores que manifestaram apoio concordaram em “dar suporte” e a votarem favoravelmente ao plano de recuperação.
“Este acordo é um marco importante de nosso processo de recuperação judicial e um significativo progresso da Americanas no caminho para a nossa meta de emergir como uma empresa mais forte”, disse Leonardo Coelho, presidente-executivo da Americanas, em comunicado à imprensa.
A companhia afirmou que conseguiu assegurar na negociação com os credores apoiadores a garantia-firme para uma linha de fianças bancárias ou seguros-garantia num volume de R$ 1,5 bilhão, disponível por dois anos da conclusão das etapas de reestruturação aplicáveis aos credores que assegurarem a concessão de linhas de fianças bancárias ou seguros-garantia, ou até o encerramento da recuperação judicial, o que ocorrer primeiro.
Plano da empresa inclui aumento de capital de R$ 12 bilhões pelo trio de bilionários que são “acionistas de referência” da Americans —Jorge Paulo Lemann, Carlos Alberto Sicupira e Marcel Telles— e outros R$ 12 bilhões pelos próprios credores, mediante conversão de dívidas em ações.
A Americanas também prevê no plano um previsão para as ações a a serem emitidas. A cada três novos papéis emitidos, haverá um bônus de subscrição, cujo preço de exercício será de R$ 0,01.
A companhia, que tem dívida estimada em cerca de R$ 50 bilhões, também prevê no plano R$ 2 bilhões para pagamento de credores financeiros por meio de mecanismo de leilão reverso e R$ 6,7 bilhões para aqueles que optarem por receber antecipadamente, mas com forte desconto.
Ao final do processo, a Americanas sustenta que sua dívida bruta será de R$ 1,875 bilhão.