A Justiça de Goiás condenou, na segunda-feira (27), o médico Márcio Antônio Souza Júnior pelo crime de racismo. Ele foi acusado de simular uma cena escravocrata ao publicar nas redes sociais um vídeo de um funcionário de sua fazenda acorrentado pelos pés e pelas mãos.
O funcionário, um homem negro, contou que foi chamado pelo médico para ver os “apetrechos” que ficavam na igrejinha da fazenda. Souza Júnior então colocou grilhões nos pés e nas mãos do funcionário e o filmou.
O vídeo foi compartilhado nas redes sociais e causou indignação. A Polícia Civil de Goiás abriu uma investigação e o médico foi preso em flagrante.
Na sentença, a juíza Erika Barbosa Gomes Cavalcante entendeu que Souza Júnior praticou “racismo recreativo”, quando se usa da “discriminação contra pessoas negras com intuito de diversão”.
A magistrada condenou o médico a pagar uma indenização de R$ 300 mil, que será dividida entre a Associação Quilombo Alto Santana e a Associação Mulheres Coralinas.
O caso é considerado um marco na luta contra o racismo no Brasil. É a primeira vez que um médico é condenado por esse crime.