O número de instituições ligadas à igrejas evangélica no Brasil cresceu intensamente entre os anos de 1998 e 2021. O dado está expresso em um levantamento divulgado pelo Instituto de Pesquisas Econômica Aplicada (Ipea), que evidencia a existência de 87.571 igrejas evangélicas, distribuídas entre tradicionais, pentecostais e neopentecostais.
Dos 121.621 estabelecimentos religiosos identificados no país em 2021, 11% eram católicos, 19% evangélicos tradicionais e 52% evangélicos pentecostais ou neopentecostais. Outros 8% de espaços religiosos existentes não pôde ser identificado pelos critérios aplicados na pesquisa.
Entre os evangélicos pentecostais, a Assembleia de Deus é a que possui o maior número de estabelecimentos (14% do total).
Considerado o período, de acordo com o levantamento, os estabelecimentos católicos foram o de menor crescimento entre as religiões, saindo de 8.686 para 14.294. Já as igrejas evangélicas tradicionais – que incluem presbiterianas, batistas e adventistas, entre outras denominações – mais que dobraram, saindo de 8.539 para 23.077.
A principal tendência observada pela pesquisa é o crescimento e interiorização dos centros de denominações pentecostais ou neopentecostais. Eles quadriplicaram, saindo de 8.718 para 36 mil em 2021.
“Esse crescimento é compatível com o diagnóstico de pluralização do campo evangélico neste século com multiplicação de pequenas denominações, geralmente a partir de dissidências de denominações maiores”, diz o texto da pesquisa.
Entre as grandes denominações identificadas, as Assembleias de Deus foram as que mais cresceram, de cerca de 4.700 para mais 17.000, ultrapassando os católicos no final dos anos 2000.
“É preciso levar em conta que a relação entre o número de fiéis e o número de estabelecimentos pode variar muito entre as denominações e ao longo do tempo. Não há, portanto, uma relação linear entre o número de fiéis e o número de estabelecimentos”, acrescenta.
De acordo com o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE)/Censo 2010, o número de evangélicos no país aumentou consideravelmente entre os anos 2000 e 2010. Em termos percentuais, a população evangélica no Brasil saiu de 15,4% para 22,2%.
A pesquisa não detalhou a distribuição por estados da Federação.