O presidente Lula (PT) sancionou a Lei de Diretrizes Orçamentárias nesta terça-feira (2) com uma previsão de R$ 4,9 bilhões para fundão eleitoral. A verba será destinada aos partidos para as eleições municipais deste ano. Esse valor é um recorde para as eleições municipais -o dobro do último pleito para prefeitos e vereadores, em 2020.
Até 2015, as grandes empresas, como bancos e empreiteiras, eram as principais responsáveis pelo financiamento dos candidatos. Naquele ano, o STF (Supremo Tribunal Federal) proibiu a doação empresarial sob o argumento de que o poder econômico desequilibrava o jogo democrático.
A partir das eleições de 2018, foi então criado o fundo eleitoral, que usa dinheiro público para bancar as atividades de campanha dos candidatos. A reserva do montante para as eleições de 2024 também está prevista na Lei Orçamentária Anual, aprovada no fim de 2023.
O valor destinado às campanhas dividiu o Congresso e tornou-se alvo de divergência entre Câmara e Senado. O presidente do Senado, Rodrigo Pacheco (PSD-MG), defendia o fundão de R$ 2,6 bilhões, mas não conseguiu apoio suficiente para a proposta. Ele criticou a ampliação deste gasto.
“O valor de R$ 5 bilhões é o início do fim do financiamento público. Ano que vem, nós estaremos a discutir o retorno do financiamento de pessoas jurídicas em campanhas eleitorais. Eu não tenho dúvidas disso”, disse Pacheco. Lira e líderes da Câmara então foram ao plenário do Congresso durante a sessão desta sexta.
O montante aprovado expande o poder dos dirigentes partidários, que dão a palavra final sobre a destinação desta verba.