Fazenda Coutos está sem ônibus circulando no fim de linha desde o último sábado (16) por conta de um conflito entre as organizações criminosas do Bonde do Maluco (BDM) e do Primeiro Comando da Capital (PCC). As duas facções têm presença no local porque o BDM tem atuação histórica no bairro e, até então, tinha aliança com o PCC para organização criminosa na área. No entanto, desde o sábado, integrantes dos dois grupos protagonizaram tiroteios nas imediações do local.
Nas paredes da localidade do Teotônio, as únicas inscrições em referência a facções são da sigla do BDM. Além da marca nos muros, a facção baiana teria maior número de homens presentes no bairro, segundo uma fonte da polícia. “Os homens do BDM estão contando com o apoio de integrantes da facção de outros bairros, como Paripe. Todo o Subúrbio Ferroviário é marcado pela presença do BDM e, por isso, em conflitos assim acontece o deslocamento. Pelo que recebemos, estão com mais de 30 homens em Fazenda Coutos”, aponta a fonte, sem se identificar.
Ainda de acordo com a mesma fonte, o ‘reforço’ do BDM se dá para tentar expulsar, de maneira definitiva, os integrantes do PCC que estavam no bairro. “Quando uma aliança se desfaz, a guerra começa. Essa saída para Fazenda Coutos foi para expulsar quem for do PCC. Eles conhecem melhor a área e têm mais apoio nos outros bairros. Não se sabe, porém, se o BDM teve sucesso nessa investida. Por como as coisas se acalmaram na segunda, é possível que sim, mas não dá para afirmar com toda a certeza”, destaca.
Antes da confirmação do embate entre as duas organizações, se especulou um confronto envolvendo também a facção do Comando Vermelho (CV). No entanto, não há provas concretas que indiquem a presença do grupo carioca no bairro e nos tiroteios recentes.