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Senadores confirmam que relatório de John Textor tem indícios suficientes para abrir investigação

Foto: Marcos Oliveira / Agência Senado

Dono da SAF do Botafogo, John Textor, apresentou nesta segunda-feira (22) o relatório de suspeitas de manipulação de resultados no futebol brasileiro à Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) do Senado. O documento tem 180 páginas com supostas provas de fraudes em partidas do Campeonato Brasileiro. Após o depoimento do americano, o senador Jorge Kajuru (PSB-GO), que preside a CPI disse que há indícios suficientes para abrir investigação.

 

“Vou respeitar o segredo de Justiça. Mas vou tentar trazer a público o mais rápido possível o relatório de 180 páginas, com todas as imagens vistas. Chegamos a uma conclusão simples e objetiva. Tivemos conhecimento de diversos indícios importantíssimos. Não queremos falar ainda sem provas. Não foi uma conversa sem conteúdo. Pelo contrário teve conteúdo. Não se tratou apenas de fatos e indícios envolvendo o Botafogo. Falou sobre outros jogos e mostrou outras imagens. Temos indícios suficientes para investigarmos profundamente”, declarou.

 

Textor foi ao Senado para prestar depoimento como convidado na condição de testemunha. Ele fez denúncias, ainda sem provas concretas, de que houve manipulação de resultados no futebol do país entre os anos de 2022 e 2023.

 

“O que nós descobrimos não é nada diferente do restante do mundo, Bélgica, França, toda a Europa. A manipulação de resultados [no futebol] é uma realidade”, disse. “Sou dono de um clube, quero ganhar campeonatos e se eu puder provar, além de uma margem de dúvida, que 2022 foi manipulado, que 2023 foi manipulado, juntos de outras evidências de anormalidades, poderia fazer com que o Tribunal Desportivo, a polícia e esse corpo legislativo possam tomar ações”, apontou.

 

No último dia 10 de abril, o Senado instalou a CPI para investigar denúncias de fraude envolvendo jogadores, dirigentes esportivos e empresas de apostas. O colegiado terá 180 dias para concluir os trabalhos, com possibilidade de prorrogar por 90 dias. Depois, a comissão produzirá um relatório com suas conclusões para ser enviado ao Ministério Público ou Advocacia-Geral da União, para adotarem medidas legais civis e criminais dos infratores.

 

A CPI tem 11 membros titulares e sete suplentes. A presidência é de Jorge Kajuru que tem Eduardo Girão (Novo-CE) como vice. O relator é Romário (PL-RJ), que foi o autor do requerimento de abertura dos trabalhos.