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Após 25 anos de negociações, Mercosul e União Europeia firmam acordo de livre comércio com presença de Lula

Foto: Ricardo Stuckert

Após 25 anos de negociações, o Mercosul e a União Europeia anunciaram nesta sexta-feira (06) um acordo de livre comércio, durante a cúpula do Mercosul em Montevidéu, no Uruguai, com a presença do presidente brasileiro Luiz Inácio Lula da Silva. O pacto encerra um longo período de discussões iniciadas em 1999 e marca uma etapa importante para a integração comercial entre os blocos.

Apesar do anúncio, a assinatura formal só ocorrerá após uma revisão jurídica e a tradução dos textos para os idiomas oficiais dos países envolvidos. A conclusão das negociações indica que ambos os blocos chegaram a um consenso sobre os termos principais, superando impasses que vinham travando o avanço do tratado.

O acordo prevê a redução ou eliminação de tarifas de importação e exportação, além de englobar cooperação política e ambiental, harmonização de normas sanitárias e fitossanitárias e abertura para compras governamentais. A medida é vista como uma oportunidade para aumentar o fluxo comercial e atrair investimentos, mas enfrenta resistência, especialmente de agricultores europeus, que temem concorrência desleal com os produtos do Mercosul.

A presidente da Comissão Europeia, Ursula von der Leyen, classificou o acordo como uma “vitória para a Europa”, destacando os benefícios econômicos e sociais.

“Este é um acordo ganha-ganha, que trará benefícios significativos para consumidores e empresas de ambos os lados. Incluímos salvaguardas robustas para proteger os agricultores europeus e garantir que os padrões sanitários sejam mantidos”, afirmou.

Estima-se que o pacto economizará €4 bilhões anuais em taxas de exportação para empresas europeias e impulsionará o acesso de países do Mercosul a mercados premium na Europa. Contudo, o texto ainda precisa ser ratificado pelos parlamentos dos países membros de ambos os blocos, um processo que pode enfrentar desafios significativos, principalmente no Conselho Europeu e no Parlamento Europeu, devido a divergências internas.

No Brasil, o acordo é visto como uma oportunidade de crescimento econômico. Estudos indicam que a medida poderá aumentar o PIB brasileiro em 0,46% até 2040 e ampliar investimentos estrangeiros no país em até 1,49%. No entanto, setores industriais, químicos e automobilísticos devem enfrentar maior concorrência com os produtos europeus.