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Articulação política do governo sofre revés com vitória de Ednaldo Ribeiro no Consórcio Territorial do Recôncavo

Imagem: montagem/ reprodução

A eleição para a presidência do Consórcio Territorial do Recôncavo, realizada na última sexta-feira (27), terminou com a vitória de Ednaldo Ribeiro (Republicanos), prefeito de Cruz das Almas e aliado de ACM Neto (União Brasil). Ele superou a prefeita de Conceição do Almeida, Renata Suely (PSD), por 10 votos a 7, em um resultado que expôs fragilidades na articulação política do governo estadual na região do Recôncavo Baiano.

Renata era a candidata preferida da base governista e deveria ter contado com o total apoio do recém-empossado secretário de Relações Institucionais (Serin), Adolpho Loyola. No entanto, Loyola enfrentou sua primeira grande derrota em um processo de articulação política. A expectativa era de que o apoio estrutural da Serin garantisse a vitória de Renata, alinhada ao governador Jerônimo Rodrigues (PT). Contudo, nos bastidores, dois votos esperados para Renata foram direcionados ao candidato da oposição, ampliando o impacto negativo para a base do governo.

A derrota levantou questionamentos sobre a capacidade de articulação do governo estadual na região, mesmo contando com o apoio da maioria dos prefeitos do Recôncavo Baiano. Um dos principais pontos debatidos é como a base governista permitiu que um prefeito declaradamente opositor, alinhado a ACM Neto, conquistasse a presidência do consórcio.

Bastidores da disputa: articulações e interesses em jogo

Muitos apontam a influência decisiva do deputado Victor Azevedo, adversário de Thiacle Araújo, prefeito de Castro Alves e apoiador de Renata Suely. Azevedo teria articulado contra Renata para enfraquecer Thiacle, visto como um potencial adversário político, já que o prefeito de Castro Alves se coloca como pré-candidato a deputado estadual.

Outra leitura política sugere que Adolpho Loyola, secretário da Serin, teria apostado na articulação de Ednaldo Ribeiro, acreditando na possibilidade de aproximação do prefeito de Cruz das Almas com o governo estadual. Contudo, Ednaldo nunca sinalizou apoio ao governador Jerônimo Rodrigues, deixando a base governista em situação desfavorável.

Risco de trocar o certo pelo duvidoso

Outro ponto de discussão na região é que Loyola teria colocado em risco apoios sólidos e fiéis ao governador Jerônimo Rodrigues, como o do prefeito Ito de Bêga e de Thiacle Araújo, ambos reconhecidos por sua dedicação à base e pelo esforço na eleição de Jerônimo e dos deputados do grupo. Essa postura teria sido vista como uma troca arriscada: abrir mão de alianças consolidadas em troca de uma possibilidade incerta. A crítica é que essa estratégia foi como “trocar o certo pelo duvidoso” – e um duvidoso extremamente arriscado.

Impacto na base do PT e no Recôncavo Baiano

Enquanto alguns acreditam que a articulação de Loyola pode gerar resultados positivos no futuro, outros avaliam que o cenário atual representa um desgaste significativo para a base governista, que enfrenta um momento de fragilidade estratégica no Recôncavo Baiano.

Até que eventuais desdobramentos sejam concretizados, o episódio marca uma derrota importante para o governo estadual e reforça a necessidade de reavaliar sua capacidade de articulação política em uma região onde o PT historicamente manteve força significativa.