O empate entre Corinthians e Grêmio por 4×4 nesta segunda-feira (18), em partida atrasada da 15ª rodada do Campeonato Brasileiro, terminou com um lance polêmico de arbitragem. Já nos acréscimos da segunda etapa, Ferreira cruzou a bola na grande área, que bateu no braço de Yuri Alberto, atacante corintiano. Ele tentava bloquear o lance e conseguiu.
A CBF entende que houve um erro da arbitragem no lance em questão. E, segundo apurou o Estadão, os árbitros serão afastados, em procedimento já comum na entidade, entre eles Wilton Pereira Sampaio (GO-Fifa), que apitou jogos da Copa do Mundo do Catar.
O árbitro do jogo não marcou nada na jogada. A partida chegou a ser paralisada para a análise do árbitro de vídeo (VAR), comandado por Emerson Ferreira de Almeida Ferreira, que acompanhou a decisão e não chamou o companheiro para a revisão na cabine do VAR. Ambos ficarão um tempo, ainda não determinado, sem apitar jogos do primeiro escalão do futebol brasileiro.
Emerson Ferreira já havia sido afastado em 2022, após clássico entre Palmeiras e São Paulo, na Copa do Brasil. Na ocasião, à frente da cabine do VAR, ele não checou um impedimento na origem do lance do gol do time tricolor, na derrota por 2 a 1, mas que levou a decisão para os pênaltis. Jonathan Calleri, em posição irregular, foi derrubado por Gustavo Gómez. Emerson chamou o árbitro de campo para a revisão, sem checar a posição do atacante argentino na jogada.
“O árbitro assistente de vídeo deveria ter observado os melhores ângulos disponíveis. Em lances ajustados, a linha virtual deve ser utilizada para a confirmação da decisão de campo”, disse a CBF à época admitindo o erro de Emerson de Almeida Ferreira. Na ocasião, o São Paulo avançou às quartas de final.
Desde que Wilson Seneme, chefe da comissão de arbitragem da CBF, assumiu o cargo, a entidade passou a preservar a figura de seus profissionais. Por isso, a análise da atuação do árbitro de vídeo nesta terça-feira, focou em reconhecer e assumir o erro no lance de Yuri Alberto.
Segundo a entidade, que acompanha os critérios definidos pela International Football Board Association (Ifab), que define e regulamenta as regras do jogo, Yuri Alberto tem um movimento antinatural ao executar a jogada de bloqueio no cruzamento de Ferreira – fato que caracteriza, por si só, o pênalti.
Além disso, na revisão do lance pela cabine do VAR, foi buscado a possibilidade de a bola resvalar no pé de Fagner, lateral-direito corintiano, antes de chegar ao braço de Yuri Alberto. Nos ângulos utilizado, é possível determinar que não houve este contato sugerido. Caso fosse detectado, o pênalti não deveria ser marcado e caracterizaria um acerto da arbitragem.
“O jogador (Yuri Alberto) mesmo ‘tando’ com a mão nessa posição, está natural para essa disputa da bola e não ‘tá’ com a intenção de bloquear”, afirma Emerson, comandante do árbitro de vídeo na partida, no áudio divulgado pela CBF nesta terça-feira. “Você não acha que ele está com o braço muito aberto”, argumenta o assistente do VAR. “Está, mas para mim não tem intenção de bloquear, mas, sim, de disputar a bola. Ele está recolhendo o braço”, responde Emerson. Correio