Bahia na Web

Ednaldo Rodrigues fala pela primeira vez após afastamento e diz que não vai disputar eleição na CBF

Foto: Lucas Figueiredo / CBF

Em entrevista à revista “Veja” divulgada nesta sexta-feira (29), Ednaldo Rodrigues falou pela primeira vez após o seu afastamento do cargo de presidente da CBF. Entre outros assuntos, o dirigente baiano declarou que assumiu um compromisso com a sua família e não vai mais se candidatar à presidência da Confederação Brasileira de Futebol.

 

“Tenho conversado muito com minha família e assumi um compromisso: meu tempo de disputas eleitorais acabou”, afirmou o dirigente.

 

Ednaldo Rodrigues, que é ex-presidente da Federação Bahiana de Futebol (FBF), ficou no comando da CBF até o seu afastamento no dia 7 de dezembro, após a Justiça invalidar o Termo de Ajustamento de Conduta (TAC) que ele assinou junto ao Ministério Público do Rio de Janeiro em 2022, quando era presidente interino.O baiano de 69 anos disse reconhecer que “faltou mais diálogo e abertura com setores importantes do futebol e da sociedade brasileira”.

 

Atualmente, a CBF é dirigida pelo interventor José Perdiz, licenciado do STJD (Superior Tribunal de Justiça). Perdiz convocará novas eleições que devem acontecer em meados de janeiro. Dois nomes devem disputar o pleito: Flavio Zveiter, ex-presidente do STJD e também ex-dirigente da CBF na gestão Ednaldo, e Reinaldo Carneiro Bastos, presidente da Federação Paulista de Futebol e também ex-vice-presidente da CBF.

 

Na entrevista, Ednaldo ainda falou que, se a validade do TAC for reconhecida, buscará diálogo com todos os atores para fazer as mudanças necessárias até a eleição em 2025.

 

“Confio na Justiça e nos órgãos do esporte. Se a validade do TAC for reconhecida, buscarei diálogo com todos os atores para fazer as mudanças necessárias, até a eleição em 2025, da qual não participarei”, disse o dirigente.

 

Sobre uma possível punição da Fifa, devido à interferência imposta no comando da CBF, Ednaldo disse que espera que a situação não chegue a este ponto.

 

“A Fifa e a Conmebol já deixaram claro o risco de suspensão da seleção e dos clubes de qualquer atividade internacional, como inclusive aconteceu com outros países. Espero sinceramente que a situação não chegue a este ponto. Seria muito triste, não só para todos os jogadores e torcedores do Brasil, mas para toda comunidade que gira em torno do futebol e depende dele para viver”, comentou Ednaldo.

 

Na última quarta-feira (27), o Ministro do Supremo Tribunal Federal (STF), Gilmar Mendes, aceitou a Ação Direta de Inconstitucionalidade (ADI), acionada pelo PCdoB, que defende a recondução de Ednaldo Rodrigues à presidência da CBF e pediu urgência na manifestação do Governo Lula e do MPF (Ministério Público Federal).