Na delação premiada concedida pelo ex-policial militar Ronnie Lessa e homologada pelo ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), foram revelados os mandantes e os detalhes do assassinato da vereadora Marielle Franco e do motorista Anderson Gomes em 2018. Inicialmente relutante em colaborar, Lessa mudou de posição após Élcio de Queiroz o identificar como o executor dos assassinatos. A partir desse momento, ele concordou em cooperar com a investigação federal.
Durante seu depoimento inicial, Lessa revelou em áudio e vídeo informações cruciais, incluindo quem o contratou para cometer o crime contra Marielle. Além de identificar os mandantes e as circunstâncias da morte da vereadora, o ex-policial militar detalhou reuniões realizadas antes e depois dos homicídios com os responsáveis pelo contrato.
Dessa forma, Lessa forneceu uma série de indícios, detalhes e evidências não apenas sobre seu envolvimento na execução do duplo assassinato, mas também sobre os responsáveis por encomendar as mortes. Ele também explicou os motivos pelos quais os mandantes queriam eliminar Marielle Franco. Atualmente, Ronnie Lessa está detido em uma cela isolada na penitenciária federal de Campo Grande (MS). Foi lá, em agosto de 2023, que ele tomou conhecimento da colaboração de Élcio de Queiroz com as autoridades investigativas.
Ao ouvir as declarações dos investigadores sobre o depoimento de Élcio, Lessa percebeu que não tinha mais sentido manter o silêncio. Assim, decidiu cooperar também. Segundo Lessa, os mandantes fazem parte de um grupo político influente no Rio de Janeiro, com interesses em diversos setores do Estado. Ele forneceu detalhes dos encontros com esses indivíduos e indicou as motivações por trás do crime, todas as quais estão sendo verificadas pela força-tarefa composta por policiais e membros do Ministério Público.