O Engenho Velho da Federação foi o bairro mais afetado pela violência na Grande Salvador em janeiro de 2024, segundo levantamento do Instituto Fogo Cruzado. De acordo com a pesquisa, a localidade registrou 11 tiroteios, 3 mortos e 2 feridos.
O mês passado foi marcado no bairro por ações que ganharam o noticiário. No dia 15, um morador foi assassinado por traficantes do Comando Vermelho (CV), na Rua Neide Gama. por um motivo banal. Ele não teria deixado a facção instalar no poste da casa dele câmeras de monitoramento e internet.
Além disso, empresários com estabelecimentos localizados na região foram surpreendidos com um comunicado no qual foram informados que teriam de pagar uma “porcentagem referente a segurança” dos seus comércios. “Caso o pagamento não seja feito, as consequências virão”, ameaçava a carta.
Já no final do mês, dois fuzis foram apreendidos no bairro durante atividade prática do VII Curso de Patrulhamento Tático Móvel do BPatamo da PM. Segundo a SSP, traficantes correram dos policiais e abandonaram os armamentos. Além dos fuzis calibre 5,56, os PMs encontraram carregadores, munições, R$ 8,8 mil em espécie, cerca de 7 kg de maconha e cocaína, balanças e celulares.
Os outros bairros que mais contabilizaram episódios de violência foram: Liberdade (Salvador): 7 tiroteios, 4 mortos e 4 feridos; Boca do Rio (Salvador): 5 tiroteios e 5 mortos; Federação (Salvador): 5 tiroteios, 3 mortos e 2 feridos; Valéria (Salvador): 5 tiroteios, 3 mortos e 1 ferido; Vila de Abrantes (Camaçari): 3 tiroteios e 2 mortos e Parque Petrópolis (Dias D’ávila): 3 tiroteios e 2 mortos.
Aumento da violência na Grande Salvador
Salvador e os municípios da região metropolitana registraram aumento de 47% de mortes violentas em janeiro de 2024 em comparação ao mesmo período de 2023.
De acordo com levantamento do Instituto Fogo Cruzado mostram, no primeiro mês do ano, 116 pessoas foram mortas por armas de fogo na Grande Salvador. O número de mortos em Salvador e região metropolitana é 103,5% maior que o registrado na região metropolitana do Rio de Janeiro, que concentrou 57 mortes por arma de fogo no mesmo período.
As 116 mortes registradas foram resultado dos 168 tiroteios mapeados ao longo do mês, que também deixaram outras 36 pessoas feridas. Do total de tiroteios, 67 ocorreram em ações policiais que culminaram na morte de 38 pessoas e deixaram outras 11 feridas, 13 em meio a disputas, com sete pessoas mortas e duas feridas e 13 em meio a perseguições, que vitimaram oito pessoas: cinco morreram e três ficaram feridas.