
A governadora de Pernambuco, Raquel Lyra, oficializará sua saída do PSDB e filiação ao PSD nesta segunda-feira (10), em um ato no Recife. A mudança de partido, que já era esperada desde o final de fevereiro, marca uma nova fase na trajetória política da gestora, que passará a comandar o diretório estadual do PSD em Pernambuco.
Segundo a Folha de São Paulo, Raquel Lyra vinha negociando a migração para o PSD, partido presidido por Gilberto Kassab, desde 2024. A decisão foi tomada após considerar também o MDB como possível destino. A governadora afirmou que o PSDB “ficou pequeno” ao longo do tempo, destacando a necessidade de os partidos se fortalecerem para enfrentar os desafios da democracia.
Em entrevistas recentes, Raquel expressou desconforto com a posição do PSDB no cenário político nacional, criticando a falta de um projeto claro de oposição ao governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT). Ela também ressaltou a importância de parcerias com o governo federal, elogiando Lula como um “embaixador” de Pernambuco no Planalto, embora tenha evitado declarar apoio à reeleição do petista em 2026.
A mudança de partido ocorre após nove anos de filiação ao PSDB, onde Raquel Lyra enfrentou atritos internos, especialmente com o presidente da Assembleia Legislativa de Pernambuco, Álvaro Porto. A governadora ingressou no PSDB em 2015 para disputar a Prefeitura de Caruaru, onde foi eleita por dois mandatos. Antes disso, ela integrou o PSB, partido que hoje é um de seus principais rivais no estado.
Analistas políticos interpretam a migração para o PSD como uma estratégia de Raquel Lyra para fortalecer sua base de apoio e articular uma possível candidatura à reeleição em 2026, com maior proximidade do governo federal. A filiação ao PSD, partido em ascensão no cenário nacional, pode ampliar suas chances de consolidar uma aliança política mais sólida no estado.