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Homem denuncia na Câmara complicações graves sofridas por sua esposa após parto na Santa Casa de SAJ

Imagem: reprodução

Durante a sessão da Câmara Municipal de Santo Antônio de Jesus, realizada na segunda-feira (14), o morador João Guilherme Bittencourt utilizou a tribuna livre para relatar um caso de suposta negligência médica envolvendo sua esposa no Hospital Luiz Argolo, unidade gerida pela Santa Casa de Misericórdia. O desabafo emocionado chamou atenção de vereadores e da população presente.

Segundo João, sua esposa passou por um parto cesáreo no hospital no dia 8 do mês passado. Após o procedimento, ela desenvolveu um quadro grave de distensão abdominal e ficou internada por uma semana sem diagnóstico conclusivo. De acordo com o relato, a paciente permaneceu dias sem evacuar ou urinar, com queixas sendo minimizadas por profissionais da unidade, que atribuíram os sintomas à presença de gases. Apenas após ser transferida para o Hospital Regional, a mulher foi submetida a uma cirurgia exploratória, onde foi constatada necrose na bexiga e grande acúmulo de pus na cavidade abdominal. Parte da bexiga precisou ser retirada.

“Minha esposa chegou a se despedir de mim, acreditando que não sobreviveria. Hoje ela está viva, mas com sequelas e ainda sem conseguir cuidar do nosso filho recém-nascido”, declarou João Guilherme, que também relatou ter testemunhado outros casos semelhantes durante o período em que permaneceu na unidade.

O caso gerou forte repercussão entre os parlamentares. O vereador Jorge de Dema já havia citado, na mesma sessão, a existência de 14 óbitos fetais e neonatais registrados na Santa Casa nos últimos seis meses, número acima da média nacional. Outros vereadores, como Uberdan Cardoso, questionaram se houve negligência comprovada por parte da equipe médica. João afirmou que apenas exames mais aprofundados e laudos médicos poderão determinar as causas exatas das complicações.

O caso será encaminhado à Comissão de Saúde da Câmara, que deverá solicitar esclarecimentos formais à direção da Santa Casa de Misericórdia. Parlamentares também sugeriram que os hospitais envolvidos emitam notas oficiais explicando os procedimentos adotados e os desdobramentos clínicos.

João Guilherme se colocou à disposição para contribuir com eventuais investigações e reforçou o apelo para que a Câmara acompanhe de perto a situação do atendimento materno-infantil na unidade, que é referência para dezenas de municípios do Recôncavo baiano.