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Indicação de Gabriel Galípolo para presidente do BC é aprovada com direito a elogios até da oposição

Fonte: CNN

Com 66 votos favoráveis e apenas cinco contrários, em votação secreta, foi aprovado no plenário do Senado, na sessão desta terça-feira (8), o nome do economista Daniel Galípolo para ser o próximo presidente Banco Central. Galípolo foi indicado para o cargo pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), e vai substituir a partir de 2025 o atual presidente, Roberto Campos Neto, que havia sido indicado na gestão Bolsonaro. 

 

O indicado por Lula é diretor de Política Monetária da autoridade desde julho de 2023. Para assumir a vaga, também foi sabatinado no Senado. Ou seja, esta foi a segunda que ele passou por análise dos senadores em dois anos. 

 

Nesta mesma terça-feira em que Galípolo estava sendo sabatinado na Comissão de Assuntos Econômicos, o presidente Lula, no Palácio do Planalto, reiterou as críticas aos índices de taxa de juros no país. Segundo Lula, apesar do patamar atual, a taxa “haverá de ceder”, em meio aos demais resultados econômicos positivos que vem sendo anunciados há algumas semanas.

 

Sobre a questão dos juros e as pressões do governo pela sua diminuição, Gabriel Galípolo abriu a sabatina assegurando aos parlamentares que recebeu a garantia do presidente da República de que terá “liberdade na tomada de decisões” na autoridade monetária.

 

Em resposta a perguntas dos senadores, Galípolo afirmou que Lula foi enfático a respeito de sua autonomia à frente da instituição.

 

“Toda vez que me foi concedida a oportunidade de encontrar o presidente Lula, escutei de forma enfática e clara a garantia da liberdade na tomada de decisões e que o desempenho da função deve ser orientado exclusivamente pelo compromisso com o povo brasileiro. Cada ação e decisão deve unicamente ao interesse do bem-estar de cada brasileiro”, declarou o futuro presidente do BC.

 

Na sabatina na Comissão de Assuntos Econômicos, Gabriel Galípolo teve seu nome aprovado por unanimidade, e até mesmo os senadores de oposição elogiaram a atuação e a postura do atual diretor de Política Monetária do Banco Central. Os parlamentares oposicionistas fizeram mais elogios a Galípolo do que os senadores governistas.  

 

A senadora Damares Alves (PL-DF), por exemplo, citou a simpatia do atual diretor, e disse só lamentar que ele será presidente do BC durante um governo de esquerda. 

 

“Eu fico aqui olhando a sua simpatia e lamentando que o senhor vai ser presidente do Banco Central num governo de esquerda. Que Deus lhe dê muita sabedoria e discernimento neste momento. Foi uma alegria te conhecer pessoalmente”, afirmou a senadora do PL. 

 

Outro senador que fez elogios a Gabriel Galípolo foi o líder do PL, Carlos Portinho (PL-RJ). O senador destacou o currículo do diretor do BC e desejou sucesso ao futuro presidente. 

 

“Uma pessoa de excelente trato, belo currículo, com a experiência que já possui por ter acento no conselho do Banco Central. Divergências políticas de governo a parte, eu quero desejar a você a melhor gestão à frente do Banco Central. Eu acredito que suas credenciais lhe permitirão seguir o mesmo trabalho e até mesmo poder ir além”, disse Portinho.

 

Com 42 anos, Gabriel Galípolo é o mais jovem a assumir o BC neste século. Ele é o mais novo a presidir a instituição desde o economista Armínio Fraga, que tinha 41 anos quando se tornou presidente do BC, em 1999. Ele permaneceu no cargo até 2003.

 

Veja abaixo a lista de presidentes do BC desde o início do século 21:

 

Arminio Fraga Neto assumiu em 4 de março de 1999, aos 41 anos. Ele permaneceu no BC até 1º de janeiro de 2003;

Henrique Meirelles assumiu em 1º de janeiro de 2003, aos 57 anos. Ele chefiou a autoridade monetária até 1º de janeiro de 2011, e é o mais longevo presidente da história do BC;

Alexandre Tombini assumiu em 1º de janeiro de 2011, aos 47 anos. Ele deixou o BC em 8 de junho de 2016;

Ilan Goldfajn assumiu em 9 de junho de 2016, aos 50 anos. Ele permaneceu na instituição até fevereiro de 2019;

Roberto Campos Neto assumiu em 28 de fevereiro de 2019, aos 49 anos. Ele permanece na chefia do BC até o fim de 2024.