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Jovem com pior dor do mundo relata alívio com bomba de morfina

Foto: Reprodução

Conhecida por sofrer com a neuralgia do trigêmeo, considerada a pior dor do mundo, a estudante de veterinária Carolina Arruda, 27, relatou alívio nos últimos dias após iniciar o uso de morfina por meio de um dispositivo que é acionado remotamente por ela.
No último sábado, ela passou por uma cirurgia na Santa Casa de Alfenas, em Minas Gerais, para implantar uma bomba de infusão de fármacos –o sistema intratecal de liberação de medicamentos.
Em publicação no seu perfil no Instagram, Carolina afirmou que a a bomba diminuiu a dor, embora não tenha efeito sobre crises. “Nada, até agora, foi capaz de controlar as crises.”
Segundo os médicos, uma vez que a bomba libera os medicamentos nos receptores da dor diretamente próximos da coluna vertebral, em vez de viajar através do sistema circulatório, podem aliviar a dor com uma pequena fração em comparação com doses de medicamentos orais.
O equipamento tem um intervalo mínimo de uma hora entre os acionamentos, disse Camila aos seguidores. A bomba é conectada a um cateter dentro do sistema nervoso central, e aumenta em 300 vezes a potência do medicamento, além de reduzir efeitos colaterais e adversos.
Camila compartilhou as impressões em seu perfil nas redes sociais sobre a experiência com o dispositivo, que tem 20 ml armazenados e cuja reposição é feita por meio de uma injeção com seringa do medicamento.
A neuralgia do trigêmeo é um distúrbio que provoca dores intensas e sensações de choque na região do rosto, podendo também atingir a cabeça, por onde passa o nervo trigêmeo, responsável pela sensibilidade tátil, térmica e dolorosa da face. O trigêmeo tem três ramificações: oftálmica, maxilar e mandibular. Ele controla as sensações do rosto.
Caso o tratamento não dê certo, a opção será submeter a paciente a nova cirurgia de descompressão vascular do nervo trigêmeo. Se nenhuma das opções proporcionar alívio da dor e qualidade de vida à Arruda, a última tentativa será a nucleotractomia trigeminal, cirurgia que tem o objetivo de interromper a transmissão sensitiva do nervo trigêmeo.
Os médicos têm expectativa de sucesso no tratamento, pois o implante de neuroestimuladores é uma terapia avançada, embora não seja possível dar garantias.
Há 11 anos com a condição, Arruda chamou a atenção nas redes sociais após fazer uma vaquinha para conseguir fazer eutanásia na Suíça –onde a prática é permitida por lei.
Ela fundou a Associação Neuralgia do Trigêmeo Brasil com o objetivo de apoiar outras pessoas que convivem com a mesma condição.