O investigador da Polícia Civil de São Paulo, Marcelo Roberto Ruggieri, conhecido como Xará, foi apontado como participante de um esquema criminoso envolvendo agentes públicos ligados ao Primeiro Comando da Capital (PCC). Segundo as investigações, Ruggieri teria atuado no sequestro do corretor de imóveis Vinícius Gritzbach, conduzindo-o a um “tribunal do crime” da facção.
Gritzbach foi assassinado com dez tiros de fuzil em 8 de novembro, poucos dias após firmar uma delação premiada com o Ministério Público de São Paulo (MPSP). Na colaboração, o corretor revelou detalhes sobre a ligação de policiais civis com o PCC, incluindo informações sobre o envolvimento em atividades ilícitas.
Conforme os relatos obtidos pelo MPSP, em dezembro de 2021, Gritzbach foi levado a julgamento pela facção, também conhecido como “tabuleiro”, por supostamente estar ligado ao assassinato de Anselmo Bechelli Santa Fausta, o Cara Preta, e de seu motorista, Antônio Corona Neto, o Sem Sangue. O duplo homicídio ocorreu em 26 de dezembro daquele ano. As informações são do Metrópoles.
Cara Preta era um importante líder do PCC e mantinha negócios com Gritzbach no setor imobiliário e também na operação de criptomoedas. Eles romperam relações após o corretor supostamente ter sumido com um pendrive no qual havia 100 milhões de dólares de criptomoedas (o equivalente a R$ 602 milhões, na cotação atual).
Ainda conforme divulgado, Gritzbach só não foi executado naquele momento porque, segundo uma investigação do Gaeco, ele entregou um token (chave eletrônica) com R$ 27 milhões para Django, comprando com isso uma “absolvição”. Posteriormente, surgiu outra versão, a de que o PCC teria absolvido o delator, por provar que ele não tinha relação com os homicídios — usados como argumento por policiais civis para tentarem extorquir o corretor.