O juiz federal Fábio Moreira Ramiro, da 2ª Vara Federal Criminal de Salvador, decidiu nesta quinta-feira (19), manter a prisão preventiva de Ailton Figueiredo Souza Júnior, vereador eleito para o mandato de 2025-2028. Ele é investigado por envolvimento em crimes como corrupção, peculato, fraude licitatória e lavagem de dinheiro, relacionados a contratos fraudulentos no Departamento Nacional de Obras Contra as Secas (DNOCs).
As investigações apontam que Ailton Figueiredo atuava como intermediário entre a Prefeitura de Lauro de Freitas e a empresa PAP Saúde Ambiental EIRELI, gerida de fato por Alex Rezende Parente, apontado como líder da organização criminosa. Segundo o Ministério Público Federal (MPF), o vereador utilizava sua influência para favorecer contratos fraudulentos, recebendo vantagens financeiras em troca da liberação de pagamentos para a empresa envolvida.
A decisão destaca ainda que o esquema teria causado prejuízos ao Departamento Nacional de Obras Contra as Secas (DNOCS) e à Prefeitura de Lauro de Freitas, entre outros órgãos e municípios. As acusações incluem corrupção passiva e ativa, peculato, e fraudes em contratos públicos.
A defesa do vereador solicitou a revogação da prisão preventiva ou sua substituição por prisão domiciliar, alegando que Ailton é primário, possui ocupação lícita e é residente fixo nos municípios de Salvador e Nazaré das Farinhas. Também foi mencionado que ele sofre de depressão e é responsável pelo sustento de duas filhas menores, de 8 e 13 anos.
No entanto, o juiz considerou insuficientes as provas apresentadas, como uma receita médica datada após o início da operação policial e a falta de evidências de que ele seja o único responsável pelo cuidado das filhas. O magistrado também destacou a necessidade de garantir a ordem pública e evitar que o acusado interfira nas investigações em andamento.
Na decisão, Fábio Moreira Ramiro ressaltou que há elementos suficientes para justificar a manutenção da prisão preventiva. Além da gravidade das acusações, foi mencionado o risco de destruição de provas, intimidação de testemunhas e continuidade dos atos criminosos.
O magistrado destacou ainda que “a participação do acusado na organização criminosa inclui a intermediação de pagamentos irregulares e recebimento de propinas”, conforme provas coletadas, incluindo conversas telemáticas e documentos obtidos pela Polícia Federal.
Com a manutenção da prisão preventiva, Ailton Figueiredo Souza Júnior permanecerá custodiado até que sejam concluídas as investigações e o processo judicial. O caso segue em segredo de justiça, mas as autoridades reforçam que novas operações podem ser desencadeadas para desmantelar o esquema criminoso. A defesa ainda pode recorrer da decisão no Tribunal Regional Federal da 1ª Região.