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Líder da Honda e homicida: quem são os traficantes transferidos por comandar facções de presídio

Diogo é líder da facção Honda e Robson é homicida conhecido em Juazeiro Crédito: Reprodução

A transferência de cinco detentos do presídio de Juazeiro para a unidade de segurança máxima de Serrinha, nesta sexta-feira (23), tirou dois traficantes que comandavam facções de dentro da cela do conjunto penal. O primeiro deles é identificado como Diogo Bernardino, liderança da facção Honda, que atua no tráfico de drogas e promove homicídios na região. O segundo é Robson dos Santos, homicida conhecido de polícias da cidade.

Dentre os dois, Diogo é o que tem atuação mais conhecida dentro do tráfico de drogas e homicídios em Juazeiro. “Ele, inclusive, está respondendo a um processo por matar a tiros um jovem em Juazeiro no ano de 2023. As investigações apontaram que o crime se deu por vingança e disputa de território no tráfico, situação em que ele agia pela facção Honda”, explica fonte policial, que terá nome e cargos preservados.

Gaeco participou de transferência de criminosos Crédito: Reprodução

O crime citado pelo policial foi registrado em 20 de maio de 2023, no bairro do Tabuleiro, em Juazeiro. A vítima foi identificada como Paulo Lourenço da Silva, 21 anos, que foi surpreendida dentro da própria casa. Quem também responde pela morte de Paulo é Manoel Luiz dos Santos Neto, o ‘Manoel Honda’, líder da facção que está na unidade de Serrinha, já que foi preso na Operação Astreia.

No crime, no entanto, Manoel é apontado como mandante. Ao pedir a transferência de Diogo, Vara de Execução Penal de Juazeiro considerou que ele comandava, de dentro do Conjunto Penal de Juazeiro, ações criminosas da Honda na cidade e na região do Vale do São Francisco. Os crimes ordenados por eles cumpriam o objetivo de dominar territórios e cobrar dívidas, o que o coloca como traficante que cumpria funções parecidas com a de Manoel antes de ir para Serrinha.

A mesma justificativa foi dada para a transferência Robson dos Santos que, segundo a fonte policial consultada, não tinha, nas ruas, um vinculação clara com a Honda. “Até o tempo em que ele cometeu o homicídio que o colocou na cadeia, não havia informações de que ele era vinculado a qualquer facção. Era um homicida perigoso e violento, mas sem essa associação definida, ao menos, em um primeiro momento”, explica.

Robson estava na unidade prisional de Juazeiro por ter sido condenado a 19 anos de reclusão no regime inicial fechado por conta do assassinato de Sheldon Marlon da Silva Oliveira na Av. Jorge Khoury, no bairro Quidé, também em Juazeiro, no ano de 2021. A ação que transferiu os dois foi denominada de’Operação Eclipse’ e aconteceu nos pavilhões A e B do conjunto, com realização de revistas estruturadas e simultâneas nas celas.

Robson foi condenado por homicídio em Juazeiro Crédito: Reprodução

Durante a operação, foram aprendidos celulares e drogas. A ação foi realizada de forma integrada pelo Ministério Público do Estado da Bahia, por meio do Grupo de Atuação Especial de Combate às Organizações Criminosas e Investigações Criminais Regional Norte (Gaeco Norte) e da 13ª Promotoria de Justiça.

A escolha do nome “Eclipse” representa simbolicamente a interrupção de mecanismos informais de comunicação no ambiente prisional, reforçando a atuação preventiva e integrada dos órgãos públicos na manutenção da legalidade e do funcionamento adequado das instituições de custódia.  Correio