Bahia na Web

Nazaré, Vera Cruz, São Felipe e outras cidades: onde e como atuava grupo criminoso com falsas rifas na internet

Foto: Montagem Reprodução

A organização criminosa investigada pela Operação Falsas Promessas 2, deflagrada nesta quarta-feira (09) pela Polícia Civil da Bahia, mantinha atuação expressiva em diversos municípios do estado, com destaque para Salvador, Região Metropolitana, Vera Cruz, Nazaré, São Felipe e Juazeiro.

Segundo as investigações, o grupo operava um esquema sofisticado de rifas ilegais com estrutura voltada para lavagem de dinheiro. Empresas de fachada e pessoas interpostas eram utilizadas para ocultar a origem dos valores obtidos por meio dos sorteios fraudulentos, divulgados principalmente nas redes sociais.

Ao todo, foram cumpridos 22 mandados de prisão preventiva, incluindo cinco policiais militares da ativa, influenciadores digitais e outros integrantes da quadrilha. Também foram realizadas 30 buscas e apreensões e aplicadas seis medidas cautelares diversas da prisão.

Entre os presos estão José Roberto Santos (Nanan Premiações), sua esposa Gabriela Silva, os influenciadores Ramhon Dias (capturado em São Paulo) e Franklin Reis, além do policial militar Alexandre Lázaro, conhecido como Tchaca Tchaca.

Foto: Reprodução/Instagram

A Polícia Civil identificou pelo menos quatro lideranças do grupo atuando em Vera Cruz, Juazeiro e na Região Metropolitana de Salvador. Esses alvos eram responsáveis por coordenar e expandir as atividades ilícitas do esquema em diferentes regiões da Bahia e fora do estado.

Ainda de acordo com as autoridades, policiais militares da ativa e ex-integrantes da corporação ofereciam proteção ao grupo, vazavam informações privilegiadas e, em alguns casos, operavam diretamente as rifas, se beneficiando dos lucros ilícitos.

Os sorteios, promovidos como rifas de centavos com promessas de prêmios de alto valor — como carros de luxo e grandes quantias em dinheiro — eram, segundo a polícia, manipulados. Muitos dos vencedores eram integrantes da própria quadrilha, o que legitimava o esquema e aumentava a arrecadação.

Durante a operação, que segue em andamento, foram apreendidos veículos de luxo, relógios caros, dinheiro em espécie, celulares e notebooks. Além disso, o Poder Judiciário autorizou o sequestro de até R$ 10 milhões por CPF ou CNPJ investigado, totalizando um bloqueio de R$ 680 milhões em bens e valores.

A ação é coordenada pelo Departamento de Repressão e Combate à Corrupção, ao Crime Organizado e à Lavagem de Dinheiro (Draco-LD), com apoio de unidades especializadas da Polícia Civil e acompanhamento da Corregedoria da Polícia Militar, responsável por apurar a conduta dos agentes públicos envolvidos.