Uma operação policial contra milicianos provocou a interdição da avenida Brasil, principal via expressa do Rio de Janeiro, no km 384, na altura do viaduto Oscar Brito, em Campo Grande, no sentido zona oeste, na madrugada desta quinta-feira (7). Houve tiroteio e ao menos seis supostos criminosos ficaram feridos. Outros nove foram presos, de acordo com a Polícia Rodoviária Federal.
A ação foi realizada pela Polícia Civil em conjunto com a PRF.
Os suspeitos estavam em comboio em diversos carros, de acordo com a PRF, que soube da movimentação a partir de informações da Draco (Delegacia de Repressão às Ações Criminosas Organizadas e Inquéritos Especiais) da Polícia Civil e também do 27º Batalhão da Polícia Militar.
O grupo interceptado seria da quadrilha de Luis Antonio da Silva Braga, 44, o Zinho, apontado como o líder da maior milícia do Rio. Ele estava foragido desde 2018 e se entregou à Polícia Federal em dezembro do ano passado.
O comboio foi interceptado pela PRF e houve intenso tiroteio. Os veículos ficaram com diversas marcas de bala. Seis suspeitos foram atingidos e nove foram presos. Os feridos foram socorridos para o Hospital de Santa Cruz e os demais levados para a delegacia. Quatro veículos foram recuperados e armas foram apreendidas.
A ação ocorreu às 4h20, e causou a interdição da avenida Brasil até a remoção dos veículos. O trânsito ficou bastante congestionado. No início da manhã a avenida não estava mais bloqueada, mas ainda havia congestionamento a partir da estrada Rio-São Paulo.
A Justiça do Rio de Janeiro determinou no final de fevereiro a transferência de Zinho para uma penitenciária federal fora do território fluminense.
Zinho está isolado numa ala do presídio de segurança máxima Laércio da Costa Pellegrino, Bangu 1, no Complexo de Gericinó, na zona oeste do Rio. A Secretaria Estadual de Administração Penitenciária e a Secretaria Nacional de Políticas Penais ainda vão definir o novo local e a data da transferência.
A decisão da 2ª Vara Criminal da Capital atende pedido da promotora de Justiça Simone Sibilio, que justificou que o miliciano é considerado de alta periculosidade e tem importância no esclarecimento de crimes em diversos processos sigilosos.
“Tudo isso já aponta para o grave e concreto risco que a permanência do referido réu em solo fluminense representa à continuidade das políticas de segurança pública em desenvolvimento no Estado”, escreveu a magistrada em sua decisão.
Às vésperas do Natal do ano passado, Zinho se entregou à Polícia Federal, após negociação entre a sua defesa e os investigadores.
Ele era procurado desde 2018, quando foi denunciado por lavar o dinheiro das extorsões praticadas por milicianos na zona oeste da cidade. Para isso, segundo a Promotoria, utilizava uma empresa de terraplanagem. Na Justiça, contudo, foi absolvido dessa acusação.
O miliciano também era procurado por suspeita de mandar matar o ex-vereador Jerônimo Guimarães Filho, o Jerominho, e ter tentáculos na política e segurança pública.