O cardeal norte-americano Robert Francis Prevost foi eleito nesta quinta-feira (8) como o novo papa da Igreja Católica. Aos 69 anos, ele adotou o nome de Leão XIV e se torna o 267º pontífice da história, além de ser o primeiro papa dos Estados Unidos e o primeiro oriundo de um país de maioria protestante.
Prevost foi eleito no segundo dia de conclave, após quatro rodadas de votação entre os 133 cardeais reunidos no Vaticano. O anúncio foi feito da Sacada da Bênção da Basílica de São Pedro, no Vaticano, diante de milhares de fiéis reunidos na Praça São Pedro.
Nascido em Chicago, em 1955, Leão XIV iniciou a vida religiosa aos 22 anos. Formou-se em teologia pela União Teológica Católica de Chicago e concluiu doutorado em direito canônico na Universidade de São Tomás de Aquino, em Roma.
Sua atuação pastoral se consolidou fora dos Estados Unidos, principalmente no Peru, onde viveu por mais de uma década. Trabalhou como missionário nas cidades de Piura e Trujillo, e foi nomeado bispo de Chiclayo em 2014, cargo que ocupou por nove anos.
Prevost também atuou em posições de destaque dentro da Cúria Romana. Antes da eleição, ocupava dois dos mais importantes cargos do Vaticano: era prefeito do Dicastério para os Bispos — responsável por indicar bispos no mundo inteiro — e presidente da Comissão Pontifícia para a América Latina.
De estilo discreto e voz calma, Leão XIV é visto como reformista, alinhado com os princípios de renovação e diálogo defendidos pelo papa Francisco. Sua formação sólida em teologia e sua experiência na América Latina o tornam uma figura estratégica para os desafios atuais da Igreja.
Apesar da imagem conciliadora, Prevost enfrentou controvérsias. Em 2023, três mulheres o acusaram de supostamente ter retardado denúncias de abusos cometidos por padres no Peru. A diocese negou acobertamento e afirmou que o caso foi tratado conforme as normas canônicas. A investigação no Vaticano continua em andamento.
Em 2023, Prevost foi nomeado cardeal, ocupando a função por menos de dois anos antes de ser eleito papa — um avanço considerado rápido no contexto da Igreja moderna. Durante a internação do papa Francisco, liderou orações públicas por sua recuperação, gesto simbólico que o projetou ainda mais entre os eleitores do conclave.
