Após a oficialização da reeleição de Nicolás Maduro como presidente da Venezuela, o país enfrenta protestos nesta terça-feira (30). As manifestações não pacíficas já deixam ao menos dois mortos e vários feridos. Segundo o procurador-geral da Venezuela, Tarek William Saab, pelo menos 749 pessoas foram detidas durante os protestos.
O manifestantes venezuelanos exigem maior transparência sobre os números das urnas apresentados pelo Conselho Nacional Eleitoral (CNE), autoridade eleitoral.
Segundo os jornais da Venezuela, há dois mortos por causa dos protestos. Já o jornal espanhol El Mundo confirma sete mortos em todo o país. Mais duas mortes foram contabilizadas por ONGs, totalizando quatro.
A contagem de mortes se tornou difícil durante os protestos que varreram o país devido à repressão das forças de segurança contra as manifestações. A ONG Foro Penal reportou uma morte no estado de Yaracuy, enquanto o jornal El País mencionou uma vítima em Zulia. O periódico argentino La Nación também citou uma pessoa falecida na cidade de Maracay, no estado de Aragua. O El Mundo, por sua vez, corroborou com fontes independentes as mortes em Yaracuy, Zulia, Maracay e Caracas. Diversas fontes confirmam que centenas de pessoas foram presas.
Durante os protestos, as forças de segurança venezuelanas utilizaram gás lacrimogêneo e balas de borracha contra os manifestantes, que se opunham à reeleição de Maduro. Em algumas áreas, como bairros de Caracas e a cidade de Carabobo, foram registrados disparos de armas de fogo.
O procurador-geral da Venezuela, Tarek William Saab, divulgou em suas redes sociais que pelo menos 749 pessoas foram detidas durante os protestos: “A quem se atrever a sugerir que ontem foram manifestações pacíficas, informo que em consequência da violência desencadeada por estes atos, 48 responsáveis, entre militares e polícias, ficaram feridos”, afirmou em suas postagens.
O Ministério Público da Venezuela declarou que as manifestações estão sendo monitoradas, e que pode prender quem realizar atos de violência. As ONGs que atuam no país, por sua vez, apontam que quatro pessoas morreram e outras 44 ficaram feridas durante os atos.
Ainda, ao menos cinco estátuas de Hugo Chávez, o falecido socialista que liderou a Venezuela durante mais de uma década, foram derrubadas pelos manifestantes.
Nicolás Maduro, reeleito para um terceiro mandato de seis anos, denunciou uma tentativa de golpe de Estado “de caráter fascista e contrarrevolucionário”.
O ministro da Defesa, Vladimir Padrino, informou que 23 militares ficaram feridos durante os protestos.
A oposição, liderada por María Corina Machado, denuncia fraude nas eleições e alega ter “como provar a verdade”. Segundo os oposicionistas, o pleito foi vencido por Edmundo González Urrutia no domingo.
Segundo Machado, após acessar cópias de 73% das atas de apuração, projeta-se uma vitória de 6,27 milhões de votos contra 2,75 para Maduro. jornalopiniaodoentorno