A mudança no Regimento Interno da Assembleia Legislativa da Bahia (AL-BA) deve ser concretizada apenas na segunda-feira (3), mesmo dia da eleição da Mesa Diretora da Casa, prevista para ocorrer a partir das 14h30. Segundo fontes ouvidas pelo Bahia Notícias, o deputado estadual Rosemberg (PT), indicado para a primeira vice-presidência, estaria travando a convocação da sessão para deliberar as alterações.
Os deputados da base aliada de Jerônimo Rodrigues (PT) realizaram reunião nesta quarta-feira (29) para poder dialogar em relação às mudanças do Regimento Interno antes da eleição da Mesa Diretora. Contudo, fontes relataram que Rosemberg, insatisfeito com o acordo firmado na semana passada, estaria segurando a realização da sessão especial, que precisa da adesão das lideranças da oposição, com Alan Sanches (União), e do governo, do próprio Rosemberg, para ser convocada.
À reportagem, membros da base de Jerônimo relataram que a reunião gerou desgaste dentro do grupo, que majoritariamente apoia que a mudança no Regimento Interno seja realizado com antecedência, respeitando o acordo entre os senadores Otto Alencar, que preside o PSD na Bahia, Angelo Coronel (PSD) e Jaques Wagner (PT) que foi firmado na semana passada.
Ao Bahia Notícias, foi relatado que a retirada de candidatura de Rosemberg para permanecer na liderança do governo na AL-BA não está descartada. Assim, o atual primeiro vice-presidente, Zé Raimundo, permaneceria na cadeira.
A mudança no Regimento é para determinar a convocação de uma nova eleição caso o presidente da AL-BA, Adolfo Menezes (PSD), seja impedido de permanecer no cargo por conta de uma decisão do Supremo Tribunal Federal (STF).
O pacto entre os senadores ocorreu para “frear” as intenções de Angelo Coronel em lançar seu filho, Angelo Filho (PSD), ao cargo de primeiro vice-presidente da AL-BA. Coronel visava o cargo para fortalecer seu nome para a sua candidatura à reeleição no Senado em 2026, que está “ameaçada” por uma possível composição “puro-sangue” do PT, com Rui Costa e Jaques Wagner.
Assim, com o acordo de uma mudança no regimento interno, que, em teoria, seria feito com antecedência, Coronel recuou e passou a declarar “apoio à proporcionalidade”, com Adolfo Menezes na presidência e Rosemberg na primeira vice.
Todavia, o ajuste tratado entre os senadores não teria agradado o deputado petista, que teria olhos na cadeira de presidente em caso de impedimento de Adolfo. Nos bastidores, os parlamentares dão como “provável” a inviabilidade jurídica na permanência do socialdemocrata, fazendo os olhos crescer para a cadeira da primeira vice-presidência, que assumiria o comando da Casa de forma interina sem prazo para convocar novas eleições se o Regimento Interno permanecer no modelo atual.