O sócio-diretor da Romastur, empresa responsável pelo transporte coletivo de Santo Antônio de Jesus, acusou a prefeitura de chantagem e falta de subsídio. Em depoimento na Câmara Municipal nesta segunda-feira (11), José Antônio disse que a empresa está enfrentando sérios problemas financeiros, incluindo gratuidade excessiva, transporte clandestino e falta de subsídio do município.
Segundo José Antônio, a gratuidade é muito alta, com cerca de 35 mil passageiros por mês. E conforme declarou, a empresa não consegue manter um transporte de qualidade sem subsídio do município, pois a conta não fecha.
O sócio-diretor também afirmou que a prefeitura não combate o transporte clandestino, que é um problema grave na cidade. Mototáxis, vans e ônibus de frete circulam sem autorização do município, o que tira passageiros da empresa.
“Ou o município ajuda a empresa ou nenhuma empresa consegue operar aqui. Uma que o fato de transporte clandestino é muito grande, não há fiscalização ou combate à prática. São muitas irregularidades”, disse
Outro problema apontado pelo diretor da Romastur é a falta de subsídio da empresa. Em dezembro de 2021, ele informou ao prefeito e ao secretário de transporte que a empresa não conseguiria operar sem subsídio, mas não recebeu resposta.
Em 2022, a empresa recebeu uma verba federal de quase novecentos mil reais para a instalação de pontos de ônibus. No entanto, José Antônio disse que foi obrigado a usar o dinheiro para pagar outras despesas, sob pena de o dinheiro ser devolvido ao governo federal.
“O secretário Bittencourt me procurou me informando sobre a liberação da verba, mas que essa verba só seria liberada se eu direcionasse X valor para X coisa. O dinheiro foi caindo na conta da empresa em três parcelas; duas de duas R$ 200 mil, e outra de R$ 284 mil. E cada parcela eu tinha que direcionar para serralheria e outros pedidos como compras de cone, pagar oficina, as viaturas que estavam concertando e outros pendencias”, expôs.
O sócio-diretor afirmou que a empresa está praticamente falida e que tem setenta funcionários sem receber. Ele disse que a culpa pelo problema do transporte coletivo em Santo Antônio de Jesus é da administração municipal.
“A culpa é da administração municipal. Eu já avisei para eles em dezembro de 2021 que a empresa não tem como operar no município sem subsídio. Eu tenho documento protocolado lá pedindo subsídio, pagamento da gratuidade e não fui respondido em nenhum momento. A culpa da precariedade do transporte público não é da empresa, não é da Romastur, é da Prefeitura. É do poder público”, disse José Antônio. blogdovalente