O presidente da Comissão de Arbitragem da CBF, Wilson Luiz Seneme, foi chamado para depor na CPI da Manipulação de Resultados no Futebol Brasileiro nesta quinta-feira (6) e se viu em uma saia justa ao tentar explicar o protocolo do VAR.
Ao detalhar as regras que norteiam o árbitro de vídeo, Seneme afirmou que, “por questões protocolares e de funções”, o VAR não tem a obrigação de mostrar ao árbitro de campo todos os ângulos disponíveis na cabine. A declaração gerou forte reação do senador Carlos Portinho (PL-RJ), que classificou a atitude como “manipulação”, já que o VAR teria a discricionariedade de escolher quais imagens enviar ao árbitro de campo.
“Isso é gravíssimo! É a vontade discricionária da cabine do VAR. Já aconteceu, o campeonato não volta, não estou dizendo que houve manipulação [de resultados], mas você dizer que a cabine do VAR não é obrigada a mandar todos os lances para o árbitro de campo é seríssimo. Isso torna ainda mais urgente a necessidade de investigar essa partida”, disparou Portinho.
O senador Eduardo Girão (NOVO-CE) reforçou a fala de Portinho, ressaltando que a imagem em questão estava disponível na cabine do VAR, mas não foi exibida durante a transmissão da partida, só sendo revelada posteriormente. “Isso que é escandaloso. O torcedor não teve acesso a essas imagens. Acho que tem que investigar”, defendeu Girão.
A partida em questão é a vitória do Palmeiras sobre o Botafogo por 4 a 3, na qual o zagueiro Adryelson foi expulso por recomendação do VAR. A expulsão gerou grande polêmica, com o Botafogo acusando a CBF de manipulação.
A CPI da Manipulação de Resultados foi aberta após requerimento do senador Romário Faria (PL-RJ) e já ouviu, além de Seneme, John Textor, dono da SAF do Botafogo, e os presidentes do São Paulo, Julio Casares, e do Palmeiras, Leila Pereira.