Um grupo empresarial do setor de comercialização de fios e cabos condutores elétricos de cobre é alvo de investigação da Força-Tarefa de combate à sonegação fiscal na Bahia, suspeito de ter sonegado pelo menos R$ 129 milhões em impostos nos últimos 10 anos. Dezesseis empresas, sediadas no estado baiano e em São Paulo, e oito pessoas físicas estão sendo investigadas de envolvimento no esquema fraudulento. Nesta quinta-feira (19), três mandados de prisão e dez de busca e apreensão foram cumpridos em Camaçari, na Região Metropolitana de Salvador, na capital paulista e nas cidades de Cotias e Guarulhos.
De acordo com as investigações da Secretaria Estadual da Fazenda (Sefaz), em conjunto com o Ministério Público da Bahia (MP-BA) e a Polícia Civil, o esquema de fraude utilizava empresas fantasmas, localizadas em São Paulo, para emissão de notas fiscais eletrônicas irregulares para empresas baianas do mesmo grupo, com a mesma produção industrial, desde 2010. Sócios fictícios eram responsáveis pela emissão desse material. Até o momento, a Força-Tarefa não pode divulgar nomes das empresas e de pessoas suspeitas para não atrapalhar as investigações.
O esquema também contava com a utilização de empresas em nome de terceiros, os chamados ‘laranjas’, para produção e venda dos fios de cobre, encaminhados para outras associações do mesmo grupo empresarial. O método é uma alternativa de proteger os verdadeiros proprietários dos empreendimentos. De acordo com o promotor da Justiça Alex Neves, uma das autoridades responsáveis pela investigação do caso, o grau da participação dos laranjas será investigado.