Ailton Figueiredo Souza Júnior, vereador eleito em Nazaré das Farinhas, foi identificado pelo Ministério Público Federal (MPF) como o braço operacional de um esquema criminoso em Lauro de Freitas, na Região Metropolitana de Salvador. Segundo o MPF, Ailton tinha forte influência na prefeitura, “ao ponto de dar ordem para pagamento” de contratos fraudulentos, incluindo um firmado entre o Fundo Municipal de Saúde e a empresa PAP Saúde Ambiental EIRELI, controlada pelo empresário Alex Parente.
A operação, conduzida pela Polícia Federal, cumpriu 17 mandados de prisão preventiva e 43 de busca e apreensão em estados como Bahia, Tocantins, São Paulo, Minas Gerais e Goiás. Foram apreendidos bens e identificados desvios de recursos provenientes de emendas parlamentares e convênios.
Como o esquema funcionava
De acordo com as investigações, o grupo utilizava operadores para cooptar servidores públicos que facilitavam a celebração de contratos superfaturados. Esses contratos apresentavam valores muito acima dos preços de mercado, e parte dos recursos desviados era movimentada por empresas de fachada, dificultando a identificação da origem ilícita do dinheiro.
Os relatórios da Receita Federal revelaram movimentações financeiras incompatíveis, omissão de receitas e variação patrimonial injustificada. Segundo a PF, Ailton tinha amplo acesso à Prefeitura de Lauro de Freitas e mantinha relações próximas com gestores locais, o que garantiu sua participação no esquema.
Segundo o Informe Baiano, Ailton é ligado a prefeita de Lauro de Freitas, Moema Gramacho, e tinha fortes relações com o empresariado Alex Parente. Os grampos telefônicos capturados pela PF revelaram a atuação direta do vereador em dezembro de 2023, confirmando seu envolvimento no esquema.
