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Oposição estaria disposta a apoiar Angelo Coronel Filho para 1ª vice na AL-BA como “contragolpe” a governo; entenda

Foto: Divulgação

As postagens recentes de dois caciques do PSD na Bahia têm movimentado o bastidor da política baiana. O presidente da Assembleia Legislativa da Bahia (AL-BA) e o senador Angelo Coronel travam um cabo de guerra por conta da disputa da presidência da Casa. O embate teria motivo: a indicação pela primeira vice-presidência para o próximo biênio, com votação a ser feita neste início de ano. 

 

Buscando a reeleição, o deputado estadual Adolfo Menezes ainda possui a incerteza para a recondução, já que o Supremo Tribunal Federal (STF) sinalizou negativamente pela reeleição numa mesma legislatura para presidentes do Poder Legislativo. Com isso, o 1° vice-presidente da Casa surge como nome forte para assumir o posto, com algumas possibilidades na mesa. Nome do governo, o deputado estadual e líder do governo Rosermberg Pinto (PT) teria a preferência.

 

Com a eleição agendada para o próximo dia 3 de fevereiro, e Adolfo ciente de uma possível derrota jurídica, outra rota como alternativa para o projeto político do deputado estaria em andamento. Apoiar o nome de Rosemberg viria vinculado a uma futura indicação de Menezes ao posto no Tribunal de Contas dos Municípios – neste caso, a esposa, Denise Menezes, o representaria no âmbito político, já que poderia disputar uma cadeira na Assembleia em 2026. Denise concorreu à prefeitura de Campo Formoso, sendo derrotada na disputa municipal do ano passado. Uma foto com “cinco governadores” divulgada pelo presidente da AL-BA nesta sexta-feira (10) aumentou ainda mais o burburinho sobre a costura do acordo. 

 

 

Contudo, outros setores ligados ao governo ainda estariam reticentes com a indicação de Rosemberg, e uma saída estaria ligada à indicação de Angelo Coronel Filho (PSD), que “atenderia” de forma mais ampla os desejos da Casa. Além disso, o movimento contaria com a adesão da bancada de oposição, que teria ciência do movimento. Segundo interlocutores, um nome ainda não foi apresentado. Porém, o grupo entende que “qualquer nome que não seja do PT” teria mais adesão. Um contato prévio com o senador Angelo Coronel já teria sido feito, inclusive, para alinhar o posicionamento. 

 

Apesar do 1° vice assumir em caso de impedimento do presidente eleito, o deputado teria a incumbência de realizar a convocação de um novo pleito, no prazo entre 30 e 60 dias. Porém, o temor teria relação com um possível “aparelhamento” no período, fazendo com que os deputados ficassem reféns da gestão na próxima votação. Além disso, a regra não consta explicitamente na Constituição do estado e no Regimento Interno da Assembleia, facilitando ainda mais o “fico” do primeiro vice. 

 

Mesmo assim, Adolfo teria reafirmado o desejo da disputa na AL-BA. O presidente da Casa se reuniu com deputados durante a tarde desta quinta-feira (9) e reafirmou seu desejo em permanecer no cargo, indo para seu terceiro mandato. A informação foi apurada pelo Bahia Notícias com parlamentares que estiveram na reunião.

 

O encontro contou com a presença de deputados da atual Mesa diretora e com lideranças partidárias na AL-BA. A conversa ocorreu após Adolfo Menezes retornar de viagem na quarta (8). Segundo fontes da reportagem, com a expectativa de que receba 62 dos 63 votos possíveis durante a eleição da Mesa, Adolfo está decidido que irá concorrer à reeleição e não deve recuar da ideia. Publicamente, no entanto, o social-democrata tem evitado demonstrar a “vontade aguerrida” de permanecer no cargo.