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Bolsonarista é condenado a 51 anos de prisão por morte de apoiadores de Lula

Foto: Reprodução/TJ Paraná

O Tribunal do Júri de Iporã (PR) condenou Erick Hiromi Dias a quase 52 anos de prisão por assassinar duas pessoas após discussão por causa de questões políticas, em 30 de outubro de 2022, na noite do resultado da eleição presidencial.

Apoiador de Jair Bolsonaro (PL), o homem de 32 anos atirou contra duas pessoas com uma pistola que estavam numa rua de Cafezal do Sul (PR). Uma das vítimas celebrava a vitória de Luiz Inácio Lula da Silva, e por isso foi baleada. A outra morreu porque tentou acionar a polícia. Ele ainda feriu um terceiro, seu irmão.

Insatisfeito com a derrota de Bolsonaro, ele, que tinha certificado de Colecionador, Atirador Desportivo e Caçador (CAC), começou uma discussão de cunho político com o próprio irmão e fez quatro disparos com uma arma de fogo.

O rapaz conseguiu correr, foi atingido por um tiro e sobreviveu. Mas outro tiro matou Rosineide da Silva, de 50 anos, que estava no local, onde eleitores de Lula celebravam a vitória do petista. Atingida no pescoço, ela morreu a caminho do hospital.

Após a primeira morte, Erick continuou a tirar. Uma das balas atingiu o peito de José Wellington Lima Barros, que vestia camiseta do PT e empunhava bandeira com imagem de Lula – ele morreu após passar um período internado. Outro tiro acertou o capacete de um motociclista, que não ficou ferido.

Após atirar contra os apoiadores de Lula, Erick fugiu para Campo Mourão (PR), onde foi detido no dia seguinte por policiais militares em um hotel. A arma usada no crime foi apreendida.

O julgamento do caso ocorreu na terça-feira (16). Erick foi setenciado a 51 anos, 7 meses e 15 dias de reclusão em regime inicial fechado, além do pagamento de 70 dias-multa pelos dois homicídios considerados duplamente qualificados, disparo com arma de fogo e porte ilegal de arma de fogo.

Os jurados não reconheceram os crimes de tentativa de homicídio pedidos pelo Ministério Público em razão das outras pessoas atingidas. O MP afirmou, na denúncia à Justiça, que o registro de CAC de Erick “não lhe autoriza legalmente a portar a arma de fogo de forma irrestrita, mas apenas durante o trajeto entre o clube de tiro e o local cadastrado para guarda da arma”.

Condenado chora, reconhece crimes e pede perdão

Durante pronunciamento no microfone do Tribunal do Júri, chorando, Erick Dias admitiu os crimes, disse que estava se “humilhando” para pedir perdão pelas mortes e falou que, “em nome de Jesus”, superaria tudo.

O condenado já estava preso preventivamente e não poderá recorrer da sentença em liberdade. Em nota, o advogado de defesa, Alessandro Dorigon, afirmou que Erick “está disposto a cumprir a pena, mas relatou que não atirou em direção às pessoas”.

O defensor ressaltou que o Tribunal do Júri reconheceu que “o acusado não estava totalmente consciente, já que faz uso de medicamento controlado de transtorno bipolar e depressão”. O advogado afirmou que vai recorrer por acreditar que a pena de mais de 51 anos “foi muito alta e desproporcional”.  O Tempo